25 de fevereiro de 2010

Prepare seu Português (9)


9. O zelo independe do meio

Rapidez e concisão não podem ser pretextos para textos truncados na internet

Mensagens eletrônicas são um misto de língua escrita e falada. A redação rápida é, aqui, comparável à fala de improviso. Mas é preciso considerar que a mensagem será lida. Pensa-se e digita-se quase que ao mesmo tempo. Ao ser recebida pelo destinatário, o autor da mensagem não estará fisicamente presente para esclarecer imprecisões e trechos obscuros. Por isso, escrever de maneira rápida exige síntese e releitura, antes do envio.

Muita gente costuma escrever em meios eletrônicos como se estivesse falando despreocupadamente, com frases mal organizadas, sem clareza. O texto tende à informalidade, mas precisa evitar erros que comprometam a imagem do redator.

Como a redação da correspondência empresarial demanda rapidez, os textos devem priorizar a simplicidade, clareza e objetividade. Uma vez que ninguém tem tempo a perder, o vocabulário deve fazer parte da linguagem usual, sem rebuscamentos que tornem a mensagem complicada. Mas simplicidade vocabular não significa repetição exaustiva de termos, abreviações apressadas ou construções truncadas. Para obter concisão, qualquer que seja o meio, deve-se evitar dizer em muitas palavras o que se poderia dizer em poucas.

Fonte: Revista Língua Portuguesa

Dicas de Português (3)

Mais uma postagem que escrevi sobre a língua portuguesa no blog do Instituto Universal Brasileiro, desta vez sobre as palavras Há e A. Clique no link abaixo e leiam esta postagem:

http://blog.institutouniversal.com.br/index.php/2010/02/lingua-portuguesa-haa/

23 de fevereiro de 2010

Dez erros cometidos em uma entrevista de emprego


1- Cabelos


Erros: fios bagunçados, com cores exóticas ou cortes radicais. "Se você tiver o cabelo cor-de-rosa pink, por exemplo, ou um topete gigantesco, mas estiver muito bem penteado, pode até passar, mas não é a melhor maneira de comparecer a entrevista", explica Maria Estela.

Acerto: cabelos curtos e bem penteados em cores discretas. "o ideal é exibir um penteado e um corte que não chamem muito a atenção". "Cuidados com aparência não tem a ver com estilo, e sim com higiene e educação. Mesmo com um visual mais radical, é possível se mostrar com discrição e seriedade".

2-Unhas

Erros: grandes demais, sujas e com aparência de relaxo. "Suas unhas sinalizam o cuidado que você tem consigo mesmo. Se não estiverem limpas ou o esmalte estiver descascado, deixam a impressão de que você não está tão preocupado com a entrevista", explica Maria Estela. Para a psicóloga Thais Soares e analista de Rh do Grupo Seres, a aparência das unhas são um quesito ainda mais importante, dependendo da função que o candidato irá ocupar. "Se a vaga é para um auxiliar de produção ou de cozinha, a exigência é inquestionável", explica.

Acertos: unhas limpas e bem cortadas. O esmalte deve ter tons discretos, sem serem vibrantes, e jamais deve estar borrado ou descascando.

3- Guarda-roupa

Erros: vestir decotes, roupas curtas e justas, cores extravagantes, camisas e ternos muito amassados ou sujos, em ambiente de trabalho, uma roupa mais sensual pode chamar mais a atenção do que a competência do candidato e isso pode trazer falatório e problemas futuros, explica Maria Estela.

"Enquanto roupas sujas e amassadas deixam a impressão de relaxo, e quando o assunto são as cores, é melhor não exagerar. Se por um lado dão mais leveza a pessoa, quando são alegres e vibrantes, por outro, podem tirar a seriedade da ocasião", diz.
O uso do traje social nem sempre é necessário, principalmente se a vaga não fizer esta exigência. "Cada vaga exige um perfil e o candidato tem que estar de acordo com ela, porém, você pode usar um esporte chique ou só o esporte, sem parecer relaxado", explica a analista do Grupo Seres.

Acertos: opte por peças discretas, sociais, confortáveis e com tons neutros. "Fique atento ao aspecto visual da roupa e deixe tudo passado e limpo para não causar má impressão", diz Thais. Os sapatos também são foco. Eles devem estar limpos, preservados e não serem chamativos. Mulheres, deixem os saltos altos e finos em casa.

4- Tatuagens e piercings

Erros: deixá-los à mostra sem nenhum tipo de cuidado com a imagem que se deseja passar na entrevista: "Não podemos exigir que o candidato tenha o estilo careta, mas não dá para chegar na entrevista com um piercing superextravagante", explica Maria Estela.

Acertos: retire os piercings que estejam em lugares muito evidentes (boca, nariz, língua) e que não sejam discretos, além de cobrir partes do corpo tatuadas, que podem comprometer sua aparência, aconselha.

5- A conversa

Erros: evite os extremos. Tagarelice ou timidez em excesso não são bem-vindas. "Em geral, pessoas que falam demais querem tentar provar para si mesmas que são capazes do que estão afirmando. Já quem fala de menos, pode deixar de passar alguma informação importante e decisiva para a contratação", explica a consultora da RP1.

Acertos: encontre o equilíbrio. "O certo é responder o que te perguntam de forma clara e objetiva, salientando como pode contribuir para a empresa. Divagar sobre si próprio ou falar somente o básico pode prejudicar seu desempenho", explica.

6-Detalhes da vaga

Erros: muitos candidatos, por necessidade ou ansiedade, questionam o entrevistador sobre salário e benefícios logo no início da conversa. "Quando o candidato vai direto ao ponto parece que ele não está interessado na oportunidade ou em ser um bom profissional, mas somente nos valores", diz Maria Estela.

Acertos: aguarde o entrevistador abrir os detalhes da vaga. Se não ficar claro, pergunte. "O candidato pode e deve perguntar sobre a vaga e isso até demonstra interesse pela vaga e pela empresa, porém, as perguntas devem soar como dúvidas e, em momentos oportunos, não podem, em hipótese alguma, parecer cobranças", explica Thais.

7- Assassinando a gramática

Erros: quando se está à procura de um emprego, é preciso dedicação. Não dá para ir à entrevista sem se preparar: "Cada vaga exige um perfil, mas é importante mostrar-se bem informado e disposto a aprender. Erros banais de língua portuguesa e falta de disposição são decisivos na hora da contratação", afirma Maria Estela.

Acertos: "o candidato precisa se adaptar a vaga que procura. Hoje em dia, o nível de instrução exigido é muito maior. O ideal é se informar sobre conhecimentos gerais e sobre o ramo da empresa. Além disso, assumir quando não sabe algo, mas mostrando interesse em aprender, é uma característica positiva". A dica da analista de Rh Thais Soares é que o candidato fique atento a possíveis deslizes. "Se perceber que errou em algum momento, volte e se corrija de maneira educada, sem interromper o entrevistador", diz.

8- Flagrado na mentira

Erros: jamais minta no seu currículo ou na entrevista sobre suas qualificações. "Muitas empresas colocam o candidato em teste prático logo na hora da dinâmica", alerta a consultora.

Acertos: exponha qualificações que você terá como comprovar, se for contratado. Faça sua apresentação de forma clara, convencendo o entrevistador de que você é o melhor candidato para a vaga.

9-Postura desleixada

Erros: postura desengonçada, ombros caídos, voz trêmula, cotovelos na mesa, olhar disperso e mãos no rosto, em posição de tédio. "O candidato deve mostrar-se sempre confiante. Ficar corcunda, falando baixinho e com cara de medo não dá emprego para ninguém", explica Maria Estela.

Acertos: passe segurança para que o entrevistador visualize você na função da vaga. "Mantenha a postura ereta e firme, voz em tom natural e braços soltos, olhando sempre para o entrevistador", diz Maria Estela.

10-Atrasos

Erros: não chegar na hora combinada para a entrevista denota falta de dedicação e comprometimento com a ocasião. "Imprevistos acontecem, mas o entrevistado deve ser avisado", explica a consultora da RP1.

Acertos: compareça com 15 minutos, ao menos, de antecedência e informe-se se está no lugar certo. Isso evitará transtornos e nervosismo na hora da entrevista.

Fonte: MSN

Prepare seu português (8)


8. O inusitado da redação criativa

Ninguém nasce criativo, mas pode desenvolver estratégias que melhoram seu texto

Criatividade é a habilidade de criar respostas novas, talvez inusitadas, para os problemas de expressão que temos. 

É mudar o eixo em que as coisas são apresentadas.

O raciocínio comum, sequencial, funciona dentro de um quadro de referências familiar.

O inventivo associa o domínio inicial de um problema a outro quadro de referências.

O estímulo primário do texto criativo é abastecer-se de informações de variadas fontes, e ter a disciplina de ver sempre que bicho dá o ato de conectá-las.

Pode-se, por exemplo, inserir uma informação antiga em contexto novo, aplicada a problema atual. Ou modificar a relação habitual que há entre duas ou mais coisas ou seres.

O raciocínio sequencial, convergente, tende a viciar a escrita de dois modos:

1. Se o redator foi muito intimidado no processo escolar, pode tornar-se demasiado crítico consigo mesmo ao escrever.

2. Falta de familiaridade com outras soluções: tendemos a moldar nosso texto a fórmulas que conhecemos.

Por isso, um texto, para ser criativo, deve ser visto como um jogo de xadrez: que movimento devo fazer, qual levaria a que situação e que efeito obterei? Que ideia ou imagem torna palpável o que quero dizer? Ser inventivo é saltar o quadro de referências predominante. Alterar o próprio ponto de vista ou aprofundar o exame de um fenômeno observado. É prestar atenção à informação disponível fazendo um atento exame flexível das implicações dela.

21 de fevereiro de 2010

Seu Creisson esteve aqui







Nossa língua portuguesa. Hã? (8)


Conta as bença, irmão!

19 de fevereiro de 2010

O perfil e a função do revisor

Observem a descrição de um revisor de texto, de acordo com Antônio Houaiss:

As qualificações requeridad dele são extensas. Deve ter olho agudo e mente aberta para reconhecer num átimo as cacografias; e deve reconhecer os desenhos os desenhos dos tipos que se lhe apresentam, mesmo com uma só letra. Deve ser capaz de grafar quase tudo sem recurso ao dicionário [...]. Deve ser hábil para ler o mais carunchoso e ilegível dos manuscritos, e lê-lo corretamente - e os autores, como os doutores, possuem notiriamente vezos arbitrários e desarrozoados. Idealmente, deveria conhecer cada data de livro de história e ter ademais íntimo convívio com a significação e a feição de cada palavra do ou fora do Dicionário inglês de Oxford. Deveria conhecer cada frase de Shakespeare ou da Bíblia e estar em condições de pinçar qualquer falsa citação vertente. Deveria conhecer tudo sobre religião comparada e tanto sobre economia, sobre política, sobre ciência quanto possível - e sobre arte também, por certo. De fato, deveria ter o mais amplo conhecimento, cujo valor seria maior se pudesse falar e escrever, digamos, uma dúzia de línguas.
Num paradigma, que existe, dessa n atureza, seria ele um louco se não encontrasse, ato contínuo, um emprego mais rendoso do que numa casa impressora. O revisor faz o que pode e não raro fá-lo surpeendentemente bem.
Não necessariamente um velho, arcado ao peso dos anos, da experiência e dos graus universitários [...]. Deveria ter, e geralmente tem, largo conhecimento da tipografia, pois esse conhecimento lhe é útil, mais, essencial em seu trabalho; e detém também umaramazenamento de fatos; e detém também um armazenamento de fatos apreendidos dos livros que reviu, ou colhidos aqui e ali, pois tudo de que ele possa assenhorar-se é potencialmente útil a ele.
Fonte: Elementos de bibliografia

Ter pego ou ter pegado?


Muitas vezes, dizemos algumas expressões em nosso dia a dia e não sabemos se ela está correta, isto é, de acordo com a Norma Culta da nossa língua. Uma delas é a que está no nosso título. Será que estamos falando errado e não sabemos?

Na classificação dos verbos da língua portuguesa, temos os abundantes. Eles são assim chamados por apresentarem mais de uma forma de conjugação com o mesmo valor. Esta abundância é mais notada em verbos no particípio.

Por isso, existem alguns verbos que aceitam duplo particípio: regulares e irregulares. Os regulares é a forma que nós conhecemos com a terminação –ado e –ido e somente são usados com os verbos ter e haver (ter amado, haver desejado, ter aconselhado, ter partido, haver vencido, ter querido etc.). Já os irregulares são os com a terminação diferente de –ado ou –ido e são usados somente com os verbos ser e estar. Abaixo listamos alguns verbos classificados como abundantes e suas formas regulares e irregulares:

Verbo: aceitar
Regular (ter e haver): aceitado
Irregular (ser e estar): aceito

Verbo: acender
Regular (ter e haver): acendido
Irregular (ser e estar): aceso

Verbo: defender
Regular (ter e haver): defendido
Irregular (ser e estar): defeso

Verbo: eleger
Regular (ter e haver): elegido
Irregular (ser e estar): eleito

Verbo: entregar
Regular (ter e haver): entregado
Irregular (ser e estar): entregue

Verbo: enxugar
Regular (ter e haver): enxugado
Irregular (ser e estar): enxuto

Verbo: expressar
Regular (ter e haver): expressado
Irregular (ser e estar): expresso

Verbo: fritar
Regular (ter e haver): fritado
Irregular (ser e estar): frito

Verbo: imprimir
Regular (ter e haver): imprimido
Irregular (ser e estar): impresso

Verbo: isentar
Regular (ter e haver): isentado
Irregular (ser e estar): isento

Verbo: limpar
Regular (ter e haver): limpado
Irregular (ser e estar): limpo

Verbo: matar
Regular (ter e haver): matado
Irregular (ser e estar): morto

Verbo: pegar
Regular (ter e haver): pegado
Irregular (ser e estar): pego

Verbo: prender
Regular (ter e haver): prendido
Irregular (ser e estar): preso

Verbo: salvar
Regular (ter e haver): salvado
Irregular (ser e estar): salvo

Verbo: segurar
Regular (ter e haver): segurado
Irregular (ser e estar): seguro

Verbo: soltar
Regular (ter e haver): soltado
Irregular (ser e estar): solto

Verbo: sujeitar
Regular (ter e haver): sujeitado
Irregular (ser e estar): sujeito

Como vocês perceberam e respondendo à pergunta do nosso título, o correto é ter pegado, mas podemos falar também ser pego.

By Marcia Moreira

18 de fevereiro de 2010

Dicas de Português (2)

Esta é mais uma dica de língua portuguesa que postei no blog do meu trabalho. É só clicar:

http://blog.institutouniversal.com.br/index.php/2010/02/lingua-portuguesa-mas-mais/

Prepare seu português (7)


7. Vencer o desafio de ser entendido
Erro de português também ocorre porque não conseguimos nos fazer compreender

Uma frase perde clareza por má ordenação das ideias e até por pontuação inadequada. Ser claro requer esforço. A linguística mostrou que sentidos se formam no conjunto da enunciação, na composição de coerência e coesão, nos significados configurados na memória.

Há clareza a ser cultivada antes mesmo do primeiro esboço. Afinal, um leitor também "lê" com a memória: ao fim da leitura, improvável que se tenha o texto inteiro radiografado na mente, palavra por palavra. Tende-se a fazer pausas, para que nossa memória de curto prazo forme um resumo do lido até ali. É com essa síntese mental que avançamos a leitura.

Muitos incisos e elementos interca¬lados fazem o leitor não saber o mo¬mento da pausa necessária a seu resumo. Daí o problema com frases longas, excesso de apostos e fatos acumulados, sobreposição de protagonistas e de números. Eles atrapalham a síntese mental. Alguns obstáculos são semânticos: termos raros, gírias, jargões e formulações desconhecidas ou pouco acessíveis. Outros são sintáticos:

• Apostos que desarticulam a informação;
• Frágil progressão de tópicos;
• Acúmulos de elementos, ideias e conclusões por frase;
• nacolutos (iniciar uma coisa, encerrar com outra: "O advogado que não escreve o que diz, não é difícil prever situações de conflito no tribunal");
• Hipérbatos (um termo interrompe o elo de outros dois: "Aguenta a escola pública da iniciativa privada uma concorrência desleal" (em vez de: "A escola pública aguenta da iniciativa privada uma concorrência desleal").
• Pontuação: a ausência ou o deslocamento de sinais muda o sentido, e afeta a clareza. Uma mera vírgula refaz um raciocínio: em "Ele não falou, de alegria" x "Ele não falou de alegria", exemplos de Maria Helena de Nóbrega, da USP, alude-se à disposição emocional do sujeito na primeira frase, e o tema "alegria", na segunda.

Fonte: Revista Língua Portuguesa

Nossa língua portuguesa. Hã? (7)

“Ele era um dos ícones britânicos da moda, inventivo e elogiado. O corpo de Alexander McQueen, 40, foi encontrado em sua casa após o estilista cometer suicídio.”

Fonte: MSN Moda – Blog de Lilian Pacce

Bem óbvio, não é?

Prepare seu português (6)


6. Como organizar o que dizer
Ordenar as ideias é o primeiro passo para quem quer fazer entender-se.

Começar um assunto, pular o meio, retomar o fio da meada, para depois desviar-se de novo, todo atrapalhado. Sinais como esses mostram desorganização de pensamentos, e esta sinaliza uma falta de objetivos sobre como tratar um assunto. A imagem que fica é de alguém disperso, inseguro, talvez pouco confiável. Por isso, alguns cuidados prévios.

1. Imagine todos os aspectos negativos de cada afirmação sua. Esteja preparado para responder a cada um desses fatores.
2. Qual a informação compartilhada pelo leitor? Quem nos lê ou escuta não tem obrigação de intuir o que sabemos e pensamos.

É razoável buscar construir, na mente do ouvinte, uma imagem do que se fala. Ao escrever, é preciso ordenar as ideias e os termos da oração (sujeito, predicado, complementos), ter cuidado na escolha de palavras e usá-las em construções sintáticas as mais simples. Organize o que vai dizer, definindo o rumo a seguir após escolher os argumentos que vai usar.

Todo escrito se organiza em torno de um elemento de referência, que lhe dá coesão. A partir dele, todo o resto se posiciona.

Uma ideia deve levar à próxima, sem sobressaltos. Uma afirmação relaciona-se à anterior e à seguinte. Um texto bem escrito não provoca perguntas de preenchimento, em que o leitor tem de voltar ao mesmo trecho para entender o que foi dito.

A criação dos argumentos

Escolha o seu modo de organizar o que tem a dizer:
- Fazer lista de palavras-chave.
- Anotar o que vem à mente, desordenado, então cortar e ordenar.
- Resumir ideias e partir para o detalhe, o exemplo, a ideia secundária.
- Criar 1º parágrafo para desbloquear e desenvolver as ideias nele contidas.
- Escrever a ideia central e as secundárias em frases isoladas para aí interligá-las.
- Criar um sumário ou esquema geral do texto.
- Organizar na mente os blocos do texto para depois estruturá-lo.

Fonte: Revista língua portuguesa

Nossa língua portuguesa. Hã? (6)


Será ricamente abençoado quem adivinhar onde está o erro.

Nova Ortografia da Língua Portuguesa - Uso do hífen em substantivos compostos

Como sabemos todos, uma Nova Ortografia da Língua Portuguesa Já entrou em vigor a partir de Janeiro de 2009. As mudanças não foram tantas, se comparadas as de Portugal, mas acredito que muitas pessoas ainda não conhecem todas as mudanças em nosso português (se tem pessoas que não dominam o português atual, imaginem com as mudanças!). Dicionários Aurélio e Houaiss como já estão atualizados com uma Nova Ortografia, então, não tem desculpa para não saber se tal palavra tem acento ou não.

Uma das piores mudanças, na minha opinião, foi com o hífen. Palavras que se escreviam com hífen hoje não mais se escrevem (como ultra-som, hoje, ultrassom, anti-antissemita, semita hoje, co-AUTOR, coautor hoje) e outras que não se escreviam com hífen e hoje é obrigatória uma sua escrita (como microondas, hoje micro-ondas, antiinflamatório, anti-inflamatório hoje).

Continuando sobre o hífen existem, também, palavras compostas que antes, escreviam-se com hífen e agora, não precisa mais. Observem os exemplos de palavras muito usuais em nosso dia a dia que agora se escrevem sem hífen:
Antes: Pé-de-moleque
Hoje: Pé de Moleque

Antes: Dia-a-dia
Hoje: Dia a dia

Antes: Mestre-de-obras
Hoje: Mestre de obras

Antes: Pão-de-ló
Hoje: Pão de ló

Antes: Mula-sem-cabeça
Hoje: Mula sem cabeça

Antes: Pé-de-chinelo
Hoje: Pé de chinelo

Antes: Camisa-de-força
Hoje: Camisa de força

Antes: Arroz-de-cuxá
Hoje: Arroz de cuxá
Antes: Ponto-e-vírgula
Hoje: Ponto e Vírgula

Antes: Mão-de-obra
Hoje: Mão de Obra

Antes: Ponto-de-venda
Hoje: Ponto de venda

Antes: Pôr-do-sol
Hoje: Pôr do sol

Antes: Lua-de-mel
Hoje: Lua de mel

Ressalto que é importante saber ler, escrever e falar a nossa língua para alcançarmos boas oportunidades de emprego e até uma promoção. Existem inúmeros professores particulares, é só procurar na Internet que vocês encontram o ideal.
Observadas estas palavras, não deixe de pesquisar outras dúvidas em nossos dicionários, já atualizados, como disse, com a nova ortografia, para não ficarem para trás.

Caso tenham mais dúvidas, é só consultar via on-line o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.

Por Marcia Moreira

Prepare seu português (5)

5. Adaptação ao interlocutor dita o rumo da prosa
Ao conversar, é preciso adaptar-se ao nível de formalidade e reduzir a resistência da plateia à sua opinião

Falar bem é mais do que se fazer entender. É saber o contexto em que sua fala será recebida.
A falta de adequação ao nível de formalidade exigido pelo contexto virou um problema de idioma. Há de se preparar o terreno, modificar o conjunto de opiniões e valores prévios, partilhados por quem nos ouve, e só então abrir espaço para a nossa opinião.

Para falar melhor, é preciso, enfim, entender o interlocutor, para não confrontá-lo de imediato. O que não significa fazer o jogo oportunista de quem concorda com tudo. Deve-se criar um campo neutro de conversação, mas que prepare o interlocutor para a opinião que se defenderá. Começar por afirmações com as quais a pessoa concorda sinaliza que não se é adversário, abrindo espaço para o próximo ato. Sem esse esforço prévio, o ouvinte nem teria paciência em nos ouvir.

Fonte: Revista Língua Portuguesa

Nossa língua portuguesa. Hã (5)

Prepare seu português (4)


4. Regras simples evitam decoreba

É preciso haver o encontro da preposição "a" com o artigo "a" para que ocorra a contração, a fusão dessas duas vogais, assinalada pelo acento grave indicativo de crase. A mesma fusão ocorre também na presença da preposição ante os pronomes demonstrativos "aquela", "aquele", "aquilo" e ante o demonstrativo "a".

Há erro de crase, portanto, em situações em que não há a fusão das vogais.
"Levei à ela toda a papelada" (levei a + ela).
Aqui, o pronome pessoal "ela" não admite o artigo.

Na prática, a intuição e a generalização de exemplos concretos de crase podem ser mais efetivas que a decoreba de regras. Se intuimos a regra básica de que só se usa crase diante de palavras femininas quando há preposição seguida de artigo, evitamos ocorrências como "à 80 km", "à correr" ou "à Pedro". Afinal, nunca pensamos em crase com palavras masculinas ou verbos: daí não haver "a lápis", "a contragosto", "a custo".

Se lembramos que o sinal grave também serve para eliminar ambiguidades, evitamos tirar a crase em contextos que pedem, por exemplo, "à beira", "à boca miúda", "à caça". O mais são regras específicas, em expressões como "a distância" (que só leva crase com distância determinada: "O hotel fica à distância de 10 quilômetros"). Aí não tem jeito: é mesmo preciso memorizar as regras.

Fonte: Revista Língua Portuguesa

Da blogueira:
Observe, a seguir, algumas regras do não uso do acento da crase:

a) Diante de Verbos: a partir, a começar etc.
b) Diante da maioria dos pronomes, com exceção senhora, senhorita e possessivos femininos: a ele, a ela, a todos, a Vossa Senhoria etc.
c) Diante de nomes de cidade: a Nova York, a Paris, a São Paulo, a Goiânia etc.
d) Diante de expressões com palavras repetidas: gota a gota, passo a passo, dia a dia etc.
e) Diante de palavras no plural: a cidades, a novelas, a pessoas etc.

Para pensar português

Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português, pintava portas, paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar panfletos. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir. Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres.

Porém, pouco praticou, porque Padre Paulo pediu para pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas.

Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir permissão para papai para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto, Paris.

Partindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia pintá-los.

Pareciam plácidos, porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras pareciam precipitar-se principalmente pelo Pico, porque pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações, pois, pelo passo percorriam, permanentemente, possantes potrancas.

Pisando Paris, permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro Paulo precaver-se.

Profundas privações passou Pedro Paulo.

Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando profundos pesares, principalmente por pretender partir prontamente para Portugal. Povo previdente! Pensava Pedro Paulo... Preciso partir para Portugal porque pedem para prestigiar patrícios, pintando principais portos portugueses.

- Paris! Paris! Proferiu Pedro Paulo. - Parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir.

Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém, Papai Procópio partira para Província.

Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai.

Pedindo permissão, penetrou pelo portão principal.

Porém, Papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu: Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior.

Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. Porque pintas porcarias?

- Papai, proferiu Pedro Paulo, pinto porque permitiste, porém, preferindo, poderei procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal.

Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar, procurando pelos pertences, partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão perfeita: pedreiro!

Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando.

Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram pacus, piaparas, pirarucus.

Partindo pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro.

Pisando por pedras pontudas, Papai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito.

Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão para Papai Procópio para prosseguir praticando pinturas.

Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo.

Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar pintores práticos.

Particularmente Pedro Paulo preferia pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes pintadas.

Pobre Pedro Paulo, pereceu pintando...

'Permita-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar...
Para parar preciso pensar. Pensei. Portanto, pronto pararei'.

E você ainda se acha o máximo quando consegue dizer:

“O Rato Roeu a Rica Roupa do Rei de Roma”?

Piadinha

Lula passeava calmamente pelas avenidas de Brasília, com a ministra Dilma. E, vendo as placas, sonhava…
- Olha ali Dilma! PETROBRÁS, vou fazer desta empresa a maior empresa de petróleo do mundo…
- Ali Dilma! ELETROBRÁS, aquela ainda vai ser a maior empresa de Eletricidade deste planeta…
- Ali outra, EMOBRÁS, ainda vou fazer daquela, a maior empresa de… Companheira Dilma, de que mesmo é esta empresa?
- De nada presidente, ali é uma placa dizendo EM OBRAS… Só isso!

Nossa língua portuguesa. Hã? (4)

Prepare seu português (3)

3 - Férias para as muletas
Comece o ano sem os cacoetes linguísticos que atormentam ouvidos e leitores exigentes

Termos populares nos centros urbanos ("entende?", "veja bem!", "como eu estava falando" etc.) acabam por produzir ruídos na comunicação quando usados a todo instante, de forma indiscriminada, não raro destoando do contexto em que são usados e sempre truncando ou simplificando em demasia o que expressamos. Por isso, quem deseja, a partir deste ano, largar um vício (de linguagem) deve redobrar a atenção à própria fala, tomar cuidado para não transformar as expressões que usa em clichês.
Vícios de linguagem

O tropeço: O atraso no pagamento “implicou” em multa.
O correto: O atraso no pagamento “implicou” multa.
A explicação: No sentido de "ocasionar" ou "provocar", não pede preposição.

O tropeço: O laboratório fez o exame e “o resultado do mesmo” será enviado ao paciente.
O correto: O laboratório fez o exame e “o seu resultado” será enviado ao paciente.
A explicação: "Mesmo" é pronome demonstrativo, não pessoal; deve dar lugar a "ele" ou outro substantivo.

O tropeço: Reclame do problema “junto a” operadora
O correto: Reclame do problema “à” operadora.
A explicação: A locução adverbial "junto a" equivale a "perto de". Não substitui as preposições (no caso, "em").

O tropeço: Renato, “enquanto engenheiro”, deixa a desejar
O correto: Renato, “como engenheiro”, deixa a desejar.
A explicação: A conjunção deve ser usada quando se deseja indicar noção de temporalidade, não no lugar da conjunção "como": "Enquanto estudávamos, outros divertiam-se".

O tropeço: “Tipo assim”, “a nível de”
O correto: Evitar
A explicação: Configuram uso de gírias ou outros termos que demonstram falta de instrução.

O tropeço: Governo “cria novos” empregos
O correto: Governo “cria” empregos
A explicação: É preciso evitar a tautologia, repetição desnecessária de uma ideia ("Iphan ‘restaura velho’ casarão") ou de um termo já pronunciado (subir para cima, surpresa inesperada).

Fonte: Revista Língua Portuguesa

Nossa língua portuguesa. Hã? (3)

O trabalho de um revisor de textos

Garantir que um documento escrito esteja claro nem sempre é óbvio. Muitas vezes as ideias são boas, mas aparecem mal formuladas. É aí que entra o revisor de texto, para garantir a clareza das ideias expostas.

O trabalho deste profissional pode garantir a coerência na construção de um documento, através de sugestões de acordo com o conteúdo do que foi escrito.

A grande qualidade de um bom revisor de texto profissional é o respeito ao estilo de quem elaborou o texto – seja um trabalho acadêmico, um projeto, um folder ou um manual.

O revisor de texto profissional deve levar em conta a correção ortográfica e a coerência, mas jamais modificar as características, a maneira de expressar-se de um autor.

Além da correta escrita das palavras e da boa estruturação textual, deve-se ponderar o contexto de quem escreveu, o conteúdo escrito e a quem se dirige o texto.

É comum a associação da imagem do revisor de texto profissional a trabalhos acadêmicos e livros, apenas. E isto não é verdadeiro, pois esta atividade está ligada à produção e veiculação de todo e qualquer tipo de documento.

O português não é uma língua simples, possui regras complicadas, difíceis de serem aplicadas. Além do mais, a rapidez com que as informações chegam a nós, atualmente, é cada vez maior, não havendo muito tempo para que o autor de um texto verifique seus erros. Assim, todo e qualquer conteúdo publicado merece uma revisão de texto.

A primeira etapa da revisão de texto é a correção ortográfica e gramatical, pois, muitas vezes, a repetição de uma palavra passa despercebida, como também pequenos erros ortográficos, de conjugação verbal ou de emprego de determinadas palavras e expressões.

Essa modalidade de revisão de texto é etapa fundamental, uma vez que elimina vícios de linguagem e dá clareza às ideias apresentadas, além de fazer a adequação às normas da ABNT.

Uma boa revisão de texto leva em consideração não apenas a forma do texto, com a correção ortográfica e gramatical, mas também aponta sugestões para aprimorar a estrutura e a coerência do que foi escrito.

Uma ideia deve chegar a seus leitores de forma interessante e inteligível, e ela pode perder o seu sentido se não for bem expressa. Assim, há a necessidade da segunda fase da revisão de texto: a orientação de texto.

A revisão de texto profissional considera sempre o estilo de quem escreveu, afinal, as ideias também são expressas por determinadas características e ritmos de escrita, próprios de cada autor. Uma orientação de texto de qualidade deve ter em vista esses aspectos, uma vez que o sentido do texto é dado pelo autor, e não pelo revisor de textos.

Desta forma, flyers, folders, cardápios, textos farmacêuticos ou manuais têm a mesma importância que textos jornalísticos, teses, dissertações e monografias, no trabalho do revisor de texto profissional.

O objetivo será sempre o mesmo, independentemente do que é escrito, isto é, garantir a clareza e a coerência textual, conseguir transmitir a ideia do autor da melhor e mais correta forma possível.

Logo, o conteúdo específico de um revisor de texto profissional sempre será aquele sobre o qual ele trabalha no momento, e que pode variar da produção literária ao manual técnico de uma máquina, passando pelo flyer de uma festa ou o folder de uma empresa publicitária. O importante é que tudo esteja claro, interessante e de acordo com as normas da língua portuguesa.

Fonte: Versão Integral

Dicas para escrever bem

1. Deve evitar ao máx. a utiliz. de abrev., etc.

2. É desnecessário fazer-se empregar de um estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo narcisístico.

3. Anule aliterações altamente abusivas.

4. não esqueça as maiúsculas no inicio das frases.

5. Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz.

6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.

7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.

8. Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, sacou? Então valeu!

9. Palavras de baixo calão, porra, podem transformar o seu texto numa merda.

10. Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações.

11. Evite repetir a mesma palavra pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.

12. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: “Quem cita os outros não tem ideias próprias”.

13. Frases incompletas podem causar

14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez, ou por outras palavras, não repita a mesma idéia várias vezes.

15. Seja mais ou menos específico.

16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!

17. A voz passiva deve ser evitada.

18. Utilize a pontuação corretamente o ponto e a vírgula pois a frase poderá ficar sem sentido especialmente será que ninguém mais sabe utilizar o ponto de interrogação.

19. Quem precisa de perguntas retóricas?

20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.

21. Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação.

22. Evite mesóclises. Repita comigo: “mesóclises: evitá-las-ei!”

23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.

24. Não abuse das exclamações!!! Nunca!!! O seu texto fica horrível!!!

25. Evite frases exageradamente longas pois estas dificultam a compreensão da idéia nelas contida e, por conterem mais que uma idéia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçam, desta forma, o pobre leitor a separá-la nos seus diversos componentes de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábitoque devemos estimular através do uso de frases mais curtas.

26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língúa portuguêza.

27. Seja incisivo e coerente, ou não.

28. Não fique escrevendo (nem falando) no gerúndio. Você vai estar deixando seu texto pobre e estar causando ambigüidade, com certeza você vai estar deixando o conteúdo esquisito, vai estar ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo. E como você vai estar lendo este texto, tenho certeza que você vai estar prestando atenção e vai estar repassando aos seus amigos, que vão estar entendendo e vão estar pensando em não estar falando desta maneira irritante.

29. Outra barbaridade que tu deves evitar tchê, é usar muitas expressões que acabem por denunciar a região onde tu moras, carajo! Nada de mandar esse trem, vixi, entendeu bichinho?

30. Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém irá aguentar já que é insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo sem parar.

Fonte: Risadas

Nossa língua portuguesa. Hã? (2)

Esta é uma postagem de "não sei quem" que escreveu sobre a sua tristeza com o fim da série Crossing Jordam:
Eu acho k uma série tão boa ñ devia acabar. O Crossing Jordan é muito fixe principalmente ax cenax entre a Jordan e o Woody, estes doix são de partir a moca a rir, max prontox ñ podemox ter tudo. Ox momentox k eu maix goxtei foi kuando a Jordan beijou a Lu e o Woody, e kuando elex ficaram presox numa cidade kualker e dividiram o mexmo kuarto a mexma kama e na primeira noite falaram xobre elex e na xegunda kuando já tinham rexolvido o caxo, no kuarto elex abraçaram-xe e depois beijaram-xe e acabaram por dormir juntox. EU ADOROOOOOOO EXTA SÉRIE, ELA NUNKA DEVIA ACABAR!!!!!!!
Não custa nada escrever um pouco mais "bunitinho", não é?

Prepare seu português (2)

2. Cuidados na escrita das palavras
Erros ortográficos podem desfazer a boa imagem que os outros fazem de nós.

Os problemas de grafia dos brasileiros são muito maiores do que as dúvidas porventura estimuladas pelo novo acordo ortográfico, que completou um ano no país. O sistema Anglo compilou até uma lista com erros frequentes em redações de concursos. Há os tropeços de memória semântica ou sintática e de insegurança gráfica ("porque" junto ou não, "mal"/"mau", "exceção", "privilégio", "flagrante", "infringir" etc.). Há também a falta de correlação visual ou de sensibilidade acústica na hora de se localizar a sílaba tônica: "anônimato" (por comparar-se ao cognato primitivo "anônimo"), "espontâneidade" (devido a "espontâneo"), "essêncial" (de "essência"), "ingênuidade", "paciênte", "váriados". E há os casos em que se sabe que uma palavra tem acento, mas não onde: daí "tambêm" e "alguêm", denunciando o quanto a pessoa escreve pelo olho, não pelo ouvido nem pelo cálculo. Outra categoria é a dos termos acentuados sem consciência do que se está fazendo. Daí "algúns", "álias", "cancêr", "chápeu", "avalia-lá", "ângustia".

O balanço é preliminar. Imagine se fosse feita uma amostra estatística completa?

O tropeço
Advinhar
Ascenção
Beneficiente
Excessão
Pego em "gragrante"
Impecilho
"Mal" uso
Paralizado
Pixar
"Porque" você foi?
Previlégio
Vultuoso
Frustado

O Correto
Adivinhar
Ascensão
Beneficente
Exceção
"Flagrante"("fragrante" refere-se a "fragrância", odor)
Empecilho
"Mau" ("bom" x "mau"; "bem" x "mal")
Paralisado
Pichar
"Por que"(separado). Se estiver dada ou subentendida a palavra "razão", é escrito separadamente. Reserve "porque", junto, para as respostas
Privilégio
Vultoso
Frustrado

Fonte: Revista Língua Portuguesa

Trocar ponto por pinto pode ser um desastre

E não apenas ponto por pinto. O contrário também. Ou trocar peito por peido. Força por forca. E os exemplos seriam infinitos. Já vi disso um tanto. Uma letrinha aqui e outra ali, pronto. Uma tragédia. Se o olho não é bem acostumado a desacelerar a mirada, as letras se infiltram entre as frestas e não saem. Só aparecem depois que a obra está impressa. Parece praga. Sempre escapa um acentozinho, uma cedilhazinha, um rr, um ss, um u no lugar de l. É assim mesmo. E tem gente que faz disto a profissão: bloquear as escapulidas. Mas quem pensa que o serviço de revisão de textos só depende de regra gramatical e de decoreba em dicionário, está enganado até a medula. "Olhadinha" básica qualquer um dá. Basta se achar em condição. E esse é um problema de técnica, sim, mas também de experiência. Pergunte-se a qualquer editor mais velho o que ele acha. É tiro e queda. Revisor bom é peça rara.

A profissão do revisor não é assim tão simples. Tem lá suas nuanças. Ora o nome muda, ora o jeito se altera, assim como a remuneração. Vez ou outra alguém sai com aquele estereótipo do gramático chato. Quando alguém descobre que você é revisor, trata logo de tomar alguma destas atitudes: a. fala menos na sua frente; b. não escreve mais para você; c. começa a pedir desculpas no final dos textos; d. passa a monitorar a fala muito além do normal; e. faz perguntas esdrúxulas, como se você tivesse a obrigação de ser um dicionário de exceções ambulante.

Não raro param você no corredor para "dar aquela olhadinha" no convite de aniversário, no santinho da tia morta, se bobear, até na placa do carro. Ou reparam em qualquer placa na rua para pedir explicações sobre se aquilo "pode" ou "não pode".

Também não faltam lendas: a do cara que pôs na porta da oficina de bikes "conserto bicicleta e pinto". Ou a do açougueiro que achou melhor especificar: "vende-se frango-se". Vai saber. Há livros sérios sobre isso, esse "português popular", mas também há lendas em todo canto do Brasil.

A figura do revisor é transparente. Parece que não está lá, mas está. Não fosse ela e a vida poderia ser pior, ao menos a leitura mais atravancada. Mas se o revisor tenta desobstruir o caminho do leitor, ao autor não soa tão bonzinho. Há autor que não viva sem um desses fiéis escudeiros, mas há, de outro lado, até grupo de extermínio formado por autores encapuzados loucos pela pele do revisor maldito.

Quando o livro é bom e bem-escrito, o mérito é do autor, claro. E de quem mais poderia ser aquele gênio? Mas quando o livro é mal-escrito, estão lá os créditos de revisão e preparação que não mentem nunca. A culpa é de um desatento, mal-amado, invejoso, sabotador de autores indefesos. É isso. Vez ou outra, o revisor ganha posto de autoridade, principalmente quando o dono do livro se acha incapaz. Mas quando é advogado, jornalista, professor, Deus acuda o coitado. Um embate de egos e gramáticas rola dramático no palco dos textos escritos.

Os tipos são os mais diversos. Há o revisor-colaborador, realmente preocupado em ajudar, uma espécie de ponte entre autor e leitor, cujo tapete vermelho é o texto, tratado com carinho e consideração. O infeliz vive acobertado pelo mau hábito da escola de dizer, a vida inteira dos estudantes, que o que existe é uma trinca super-heróica: autor, texto e leitor. Esquecem-se, comumente, de dizer que entre uns e outros, aí, bem nesse meio, tanta outra gente põe sua mãozinha.

Há o tipo sádico, revisor que quer cortar, limar, banir, amassar. Revisor que não se contenta em dar uns retoques de maquiador, pinçando apenas pelinhos espalhados aqui e ali. Não, este tipo sádico quer ver autor morto, quer fazer buraco sem anestesia, quer competir.

Revisor não tem glamour. Em geral, se torna o que é por acaso. Um acaso bom, diga-se, já que este é um mercado eternamente em expansão. É só fazer a conta: quantas pessoas você conhece que escrevem bem? E quantas escrevem muito bem? E quantas pensam que escrevem bem? E dessas nuanças há muitas. Nem vale a pena compor aqui uma escala, um degradê de possibilidades. O negócio é que o revisor age aí, na oportunidade que surge da escrita capenga da maioria. E mesmo assim ele não é imprescindível, não. Tanto livro, jornal, revista, folheto que se publica sem o menor asseio. A metáfora da limpeza é condenável, mas fazer o quê? Ainda assim, muito editor de livro importante pensa que é só dar uns tapinhas nas costas dos livros que os problemas caem como poeira no chão. Não querem pagar "só para alguém ler". Ou até querem, mas vão pagar mal, alegando que "é só uma olhadinha".

Revisor existe há muito tempo. Muito mais do que se pode pensar. Revisor é uma espécie dessas que parecem extintas, mas que quando menos se espera, renascem dos grafites e das canetas. Quem diria que a internet ajudaria a dar mais fôlego a esse cara? Tudo bem que agora mais equipadinho, mas dono de práticas centenárias. Revisor merece até ser protagonista de livro importante. É necessário ler História do cerco de Lisboa, do abertíssimo José Saramago, para entender melhor em que universo vive um revisor. A última palavra é do autor, o livro também tem lá sua autônoma autoridade, mas está ali um revisor que deixa ver bem quem é esse cara. Em geral, na vida real, uma mulher.

Revisor empreendedor tem empresa própria e emite nota fiscal. Cumpre prazos e nunca tem final de semana. Trabalha em casa, é certo, mas tem lá suas descompensações. Do cliente viciado, que não deixa passar nada sem aquela consultadinha, nem que seja por telefone, até aquele cliente que surge do nada e quer o serviço para ontem. Em geral, aliás, é para ontem, se não para anteontem. Os prazos estão todos estourados, mas a vida não está ganha. Passa na porta de casa o moço com a família, indo para a praia, mas deixa o pacote grosso nas mãos do revisor, na sexta à noite, que é para dar tempo de revisar para segunda. Não é isso? Tem de respeitar. E apesar de tudo isso, lá vem o moço, com cheiro de protetor solar, na segunda cedo. A questão é: posso dar cheque pré-datado? O serviço do revisor deveria ser pré-datado também, não é não?

Que relação é essa que acontece ali, entre o texto e o leitor profissional? E que papo é esse de "leitor profissional"? O que meu olho faz que o dos outros não aprendeu a fazer? E olha que o olho é o de menos. Pior é o que é necessário saber. Está aí o Rafa, revisor desta coluna, que não me deixa mentir.

Que o revisor precisa saber a norma, a dita "língua padrão", isso todo mundo sabe. Mas e quando não precisa? Pior: e quando não pode? Como é que fica? Certa vez uma revisora "limpou" todas as marcas de oralidade de um texto escrito para uma peça de teatro. É tão trágico quanto encher de solecismos uma dissertação de mestrado. E a revisora que queria "corrigir" a linguagem de um livro infantil narrado por uma rã? Mais triste do que quando trocam ponto por pinto e peito por peido, não é, não?

(…) Para o revisor, o importante não é o que ele sabe, mas o que ele está consciente de não saber ou, pelo menos, não saber totalmente, e que por isso exige permanente verificação. (…) O revisor não lê como todos os demais homens leem, ele fotografa a palavra visualmente (…) O exercício da profissão do revisor pode ser descrito, perfeitamente, como uma “leitura angustiada”. O seu trabalho é, justamente, evitar que todos os outros seres humanos necessitem fazer essa leitura angustiada.

Fonte: Digestivo Cultural

Nossa língua portuguesa. Hã? (1)


Por que não colocam nomes de fácil pronúncia, como Márcia, Marcos, Eduardo, Leandro, Rafael, Rodrigo, Juliana...

17 de fevereiro de 2010

Prepare seu português (1)

Para quem quer assumir novos desafios este ano, aprimorar a própria expressão em língua portuguesa não é problema a ser minimizado.

O desempenho no próprio idioma em diferentes situações formais é, em geral, tomado como diapasão de outros atributos da pessoa. Se somos descuidados com o português, no que mais seremos descuidados? Se alguém fala comigo de forma truncada, pode errar em outros momentos do nosso relacionamento.


(...)

As dicas que seguem podem tornar a expressão em língua portuguesa um obstáculo a menos a ser superado, ante os outros que o ano anuncia."

1. A concordância na volta das férias
Cuidado antes de contar como passou a virada de ano e as horas de lazer.

O tropeço: "Fazem" três semanas que viajei.
A explicação: "Fazer", quando exprime tempo, é impessoal, fica no singular.
O correto: "Faz" três semanas que viajei.

O tropeço: Chegou "em" São Paulo "a" dois dias e partirá daqui "há" cinco horas, a trabalho.
A explicação: Verbos de movimento exigem "a", e não "em" (vai ao cinema, levou a família à praia).
O correto: Chegou "a" São Paulo "há" dois dias e partirá daqui "a" cinco horas, a trabalho.

O tropeço: "Houveram" muitos carros na estrada.
A explicação: "Há" indica passado (= "faz") e "a" indica distância ou tempo futuro (não equivale a "faz"). "Haver", como "existir", é invariável.
O correto: "Houve" muitos carros na estrada.


O tropeço: "Há" dez dias "atrás" eu estava no Nordeste.
A explicação: Redundância. "Há" e "atrás" têm a mesma função de indicar passado na frase.
O correto: "Há dez dias eu estava no Nordeste" ou "Dez dias atrás eu estava no Nordeste"


O tropeço: Se eu "ver" o agente de viagens de novo...
A explicação: A conjugação de "ver" é: "se eu vir, revir, previr". Do verbo "vir": "se eu vier".
O correto: Se eu "vir" o agente de viagens de novo...

O tropeço: Eis o roteiro "onde" baseei a viagem.
A explicação: O advérbio ou o pronome relativo "onde" expressa a ideia de lugar: "O hotel onde fiquei".
O correto: Eis o roteiro "em que" baseei a viagem.

O tropeço: Não "lhe" vi no aeroporto.
A explicação: O pronome "lhe" substitui "a ele", "a você", por isso não pode ser usado com objeto direto: "não o convidei"; "a mulher o deixou"; "ele a ama".
O correto: Não o "vi" no aeroporto.


O tropeço: Para "mim" passar o réveillon.
A explicação: O pronome aqui age como sujeito da frase. Portanto,"mim" não passa o réveillon, porque não pode ser sujeito. Daí: "para eu passar", "para eu trazer", "para eu definir".

O correto: Para "eu" passar


O tropeço: Entre "eu" e você.
A explicação: Depois de preposição (no caso, "entre"), usa-se "mim" ou "ti".
O correto: Entre "mim" e você.


O tropeço: Preferi sair da cidade "do que" ficar.
A explicação: Prefere-se sempre uma coisa "a" outra.
O correto: Preferi sair "a" ficar.


O tropeço: A guia era "meia" boba.
A explicação: "Meio", como todo advérbio, não varia (não vai para o plural nem muda de gênero).
O correto: A guia era "meio" boba


O tropeço: "Existe" muitos hotéis na região.
A explicação: Verbos como "existir", "bastar", "faltar", "restar" e "sobrar" admitem o plural.
O correto: "Existem" muitos hotéis na região.

Fonte: Revista Língua Portuguesa

Dicas de Português (1)


Como vocês sabem, sou revisora de texto e professora de português. Todo mês, escrevo uma dica de português bem bacana no blog da minha empresa. Se quiserem ler esta última dica que postei, entre no blog e aproveite:


http://blog.institutouniversal.com.br/index.php/2010/01/por-que-por-que-porque-porque/