30 de agosto de 2010

Dicas de Português (18)



Olá, peguei as duas últimas matérias sobre o uso da vírgula e transformei em uma para postar no blogue da empresa, no meu espaço de Dicas de Português. Cliquem aqui para verem o resultado.

27 de agosto de 2010

Dissertação - parte 1


Fazer uma boa redação sempre é um desafio para os alunos. Não aprendemos da noite para o dia a colocar no papel todas as nossas ideias; é com muita prática e disciplina que vamos conseguir nos expressar de forma concisa e coesa.

Dissertação é o modelo de redação mais pedido. Dissertar é expor ideias, apresentar juízo; é argumentar assumindo ou não uma posição em relação ao assunto.

Uma dissertação não precisa de muitos parágrafos com um grande número de palavras. Observe, agora, como é uma estrutura de dissertação:

a) Introdução - É a apresentação, através de um parágrafo, do assunto a ser desenvolvido; é a tese, a ideia inicial, sem muitas explicações.

b) Desenvolvimento - Elaboração discursiva da Introdução. É a justificativa da ideia inicial, com apresentação de mais detalhes, exemplos, citações. Deve ter, no máximo, três parágrafos.

c) Conclusão – Retomada da ideia inicial, com a apresentação de um resumo do que foi exposto ou argumentado no Desenvolvimento. Iniciamos a conclusão com expressões como: “Portanto...”, “Concluímos, então, que...”, “Em suma...” etc.

Dependendo do tema proposto, o aluno poderá escolher um destes dois modelos de dissertação:

1. Dissertação Argumentativa – Aquela que apresenta uma abordagem crítica sobre determinado assunto. É a defesa do ponto de vista de quem escreve. O autor quer provar a veracidade ou falsidade das ideias expostas, pretendendo convencer o leitor.

2. Dissertação Causa e Consequência – É quando o tema apresenta uma afirmação que possibilite facilmente a verificação de uma causa, consequência, com as possíveis soluções.

26 de agosto de 2010

Nova Ortografia da Língua Portuguesa - Acento circunflexo nos ditongos "oo" e "ee"

Na Nova Ortografia, que entrou em vigor no ano passado, temos um tópico em que é apresentado a acentuação com o circunflexo em palavras paroxítonas. Nas gramáticas convencionais, vemos isso não em palavras paroxítonas, mas nas regras de acentuação dos ditongos.

Hoje conhecemos as regras de acentuação com o circunflexo nos ditongos com vogais idênticas - oo e ee. Segundo a nova ortografia:

a) não se emprega o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados. Vejam os exemplos:

Presente do indicativo 

Eles vêem - Eles veem
Eles crêem - Eles creem

Presente do subjuntivo

Que eles dêem - Que eles deem

b) não se emprega o acento circunflexo em paroxítonas terminadas em "oo" (ditongos), tanto verbos como substantivos. Observem.

O vôo dos sabiás - O voo dos sabiás

Eu vôo - Eu voo

Eu enjôo - Eu enjoo

25 de agosto de 2010

Variação linguística: vamos falar pernambuquês?


Pernambucano não fica solteiro, ele fica “solto na bagaceira”.


Pernambucano não vai embora, ele “pega o beco”.

Pernambucano não diz “concordo com você”, ele diz: “e então!!!”.

Pernambucano não conserta, ele “imenda”.

Pernambucano, quando se empolga, fica com a “mulesta dos cachorro”.

Pernambucano não bate, ele ‘senta-le’ a mão.

Pernambucano não bebe um drink, ele “toma uma

Pernambucano não é sortudo, ele é “cagado”.

Pernambucano não corre, ele “dá uma carreira”.

Pernambucano não goza dos outros, ele “manga”.

Pernambucano não conversa, ele “resenha”.

Pernambucano não toma água com açúcar, ele toma “garapa”.

Pernambucano não mente, ele “engana”.

Pernambucano não percebe, ele “dá fé”.

Pernambucano não sai apressado, ele sai “desembestado”.

Pernambucano não aperta, ele “arroxa”.

Pernambucano não fica insistindo, ele fica “pelejando”.

Pernambucano não enche o saco, ele “atazana o juízo”.

Pernambucano não dá volta, ele “arrudeia”.

Pernambucano não espera um minuto, ele espera um “pedacinho”.

Pernambucano não é distraído, ele é “avoado”, “aluado”.

Pernambucano não se irrita, ele se “arreta”.

Pernambucano não fica com vergonha, ele fica “encabulado”, “todo errado”.

Pernambucano não passa a roupa, ele “engoma”.

Pernambucano não chama o outro de bobalhão, ele chama de “tabacudo”, “abestalhado”.

Pernambucano não ouve barulho, ele ouve “zuada”, um “pipôco”.

Pernambucano não acompanha casal de namorados, ele “segura vela”.

Pernambucano não rega as plantas, ele “agoa”.

Pernambucano não quebra algo, ele “tora no meio”.

Pernambucano não é esperto, ele é “desenrolado”.

Pernambucano não é rico, ele é um cabra “estibado”.

Pernambucano não é homem, ele é “macho”.

Pernambucano não pede almoço, ele pede o “cumê”.

Pernambucano não lancha, “merenda”.

Pernambucano não fica satisfeito quando come, ele “enche o bucho”.

Pernambucano não dá bronca, dá “carão”.

Pernambucano quando não casa, ele fica “amigado”.

Pernambucano não tem diarreia, tem “caganeira”.

Pernambucano não tem mau cheiro nas axilas, ele tem “suvaqueira”.

Pernambucano não tem perna fina, ele tem “cambitos”.

Pernambucano não é mulherengo, ele é “raparigueiro”.

Pernambucano não joga fora, ele “avoa no mato”.

Pernambucano não vigia as coisas, ele “fica tucaiando”.

Pernambucano não se dá mal, “se lasca todinho”.

Pernambucano, quando se espanta, não diz: “Xiiii!” Ele diz: “Viiixi Maria!”, “Aff Maria!”

Pernambucano não vê coisas do outro mundo, ele vê “malassombros”.

Pernambucano não pede pra ir encontrar com alguém, ele diz que quer “pontá fulano”.

Pernambucano não diz que algo é legal, diz que é “massa”, “arretado que só”.

Pernambucano não é chato, é “cabuloso”.

Pernambucano não diz “bom pra caramba”, diz “bom que só a mizera”.

Pernambucano não é cheio de frescura, é cheio de “pantim”.

Pernambucano não pula, “dá pinote”.

Pernambucano não briga, “arenga

Pernambucana não fica grávida, fica “buchuda”.

Pernambucano não fica bravo, fica com a “gota serena”.

Pernambucano não é corajoso, é “cabra de pêia”.

Pernambucano não fica apaixonado, ele “arrêia os pneus”.

 
Fonte: Diário de uma perfeccionista

24 de agosto de 2010

Colocação pronominal



Há muita dificuldade ainda em se colocar o pronome pessoal oblíquo átono (o, a, os, as, lhe, lhes, me, te etc.) corretamente diante de um verbo. Muitos não sabem se o correto é “Me dá um chocolate”, ou “Dê-me um chocolate”.

Nesta postagem, quero ensinar a forma correta de se colocarem estes pronomes. Na gramática, o assunto é denominado Colocação Pronominal, sendo dividido em três partes: próclise, ênclise e mesóclise.

  • Próclise

A próclise é quando o pronome átono é introduzido antes do verbo. Ocorre a próclise em orações em que, antes do verbo, haja:

a) palavra de sentido negativo (nada, nunca, não, ninguém etc.):

Ninguém lhe avisou da reunião.

Nunca o incomodei na minha vida.

Jamais te convido para a minha festa.

b) conjunção subordinativa (quando, porque, se, caso, para que etc.):

Quando o acharam, estava doente.

Fui à festa porque me convidaram com muita antecedência.

Estude bem para que te deem uma boa nota.

c) advérbio:

Certamente me aconselharam para não cometer o mesmo erro.

Aqui me ajudaram muito.

d) pronome indefinido ou relativo:

Tudo se acaba na vida.

As pessoas que te amam estão aqui.

e) palavra interrogativa, exclamativa ou uma oração optativa (que exprime desejo):

Quem te disse que ele não viria? (oração iniciada por palavra interrogativa)

Quanto me custa dizer a verdade! (oração iniciada por palavra exclamativa)

Deus te proteja! (oração optativa)

  • Ênclise

A ênclise é quando o pronome oblíquo se encontra depois do verbo. Ela pode ocorrer, normalmente:

a) com verbos no início da oração:

Perguntaram-me se ele deverá receber o prêmio.

Ajudaram-no a levar o cachorro para passear.

b) com verbos no imperativo afirmativo:

Alunos, apresentem-se ao diretor.

Por favor, faça-me um favor.

c) com o verbo no gerúndio:

Modificou a frase, tornando-a ambígua.

Os alunos da sala de Eduardo o receberam bem, fazendo-o seu novo colega.

d) Com o verbo no infinitivo impessoal:

Vim pessoalmente entregar-lhe os documentos.

Quero apresentar-lhes o mais novo professor do colégio.

 
Observação. Na nossa oralidade, é normal falarmos “Me perguntaram”, “Me faça um favor”, “Te envio uma mensagem”, ou seja, falamos o que não está na Norma Padrão da língua portuguesa. O que devemos tomar cuidado é quando escrevemos; portanto, em seu texto ou redação, evite escrever “como você fala”, mas de acordo com as regras expostas.

  • Mesóclise

 O pronome oblíquo átono pode estar no meio do verbo, como um “recheio de sanduíche”; é o que chamamos de mesóclise. Ela só pode ocorrer quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, no início da oração. Vejam estes exemplos:

Convidar-me-ão para a solenidade de posse da nova diretoria.

Convidar-te-ia para viajar comigo, se pudesse.

Não pretendo falar muito sobre este assunto, pois a mesóclise, praticamente, não é mais usada em nossos textos. Preferimos transformar estes verbos do futuro em locução verbal, ou colocando um sujeito na oração. Vejam como ficariam as orações acima sem a mesóclise:

Eles me convidaram para a solenidade.
Sujeito

Queria te convidar para viajar comigo, se pudesse.
Locuçao verbal

23 de agosto de 2010

Dicas de Português da Professora Marcia


Olá, pessoal.

As dicas de português do blogue da minha empresa estão fazendo sucesso, com muitos comentários positivos e perguntas para consultoria. Devido a isso, ganhei, na semana passada, um espaço totalmente meu: são as Dicas de Português da Professoar Marcia.

Fico feliz com este reconhecimento profissional, sabendo que ainda tenho muito o que aprender com os meus demais colegas da área.

Abaixo, está a entrevista que dei para o blogue para iniciar este espaço:
Márcia Moreira leciona e trabalha com textos desde 2003 e faz parte da equipe IUB desde 2008. Ela vai nos contar um pouco sobre a paixão que ela tem pela profissão.


Quando você descobriu o amor pela Língua Portuguesa?
R.: Foi durante a faculdade de Letras que descobri que gostava muito de corrigir frases com erros de português (rss). O meu curso se dividia em Literatura, Língua Inglesa, Língua Portuguesa e outros, mas o que eu gostava mesmo eram das matérias relacionadas com o Português e com a Linguística, minha outra paixão. O amor pelo Português aumentou mais depois que comecei a lecionar e trabalhar com textos a partir de 2003.

O aperfeiçoamento é essencial. Você está estudando no momento?
R.: Atualmente, faço pós-graduação em Linguística e Literatura na Fundação Santo André. No futuro, pretendo fazer mais cursos e outra pós-graduação.

Como educadora, você sempre acreditou na qualidade do ensino a distância?
R.: Acredito nesta modalidade de ensino, pois ela ajuda muitas pessoas a terem uma profissão que tanto sonhavam, ou também, a concluírem o Ensino Médio para fazer um curso universitário que tanto desejam.

A importância de redes sociais e blogues para a comunicação e o ensino, de modo geral, é incontestável. O que você espera dessa seção reservada no blogue só pra você?
R.: O meu objetivo é ajudar as pessoas a solucionarem as suas dúvidas em português, que é uma língua muito difícil na sua sintaxe, pontuação dentre outras. Pretendo dar dicas de redação também, especialmente por causa do nosso Exame Final, aqui no IUB.

Qual foi o último livro que você leu?
R.: Li um livro de um autor angolano, João de Melo, chamado Filhos da Pátria.

Que livro você indica aos interessados pela Língua Portuguesa?
R.: Indico a coleção de livros”Inculta e Bela” do Professor Pasquale Cipro Neto.

Que mensagem você deixa para quem pretende fazer um curso a distância?
R.: Não desista de seus objetivos de estudo e seja persistente para alcançá-los. Para isso, é necessário muita dedicação, esforço e paciência.

20 de agosto de 2010

De onde vêm as palavras (18): Saber é poder


Caiu na boca do povo esta frase que dá conta dos poderes do saber. Foi originalmente escrita pelo filósofo e chanceler inglês Francis Bacon, um dos criadores do método experimental nas ciências. Foi ele quem tornou a pesquisa independente do princípio da autoridade e do método dedutivo ao formular sua teoria da indução.

No século XVI, as finalidades sociopolíticas do saber não eram tão óbvias como atualmente, sendo o filósofo um precursor nessa questão, dando importância social aos conhecimentos científicos.

Fonte: De onde vêm as palavras II

19 de agosto de 2010

Fui à 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo


Neste último sábado, fui à 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Não costumo perder nenhuma, a não ser em caso bem extremo.

Estava muito frio e cheio de pessoas, até mais que na última Bienal (2008). O legal é que quando cheguei na estação de metrô Tietê, havia ônibus da Bienal que levavam e traziam do evento; o problema é que a fila estava muiiiiito grande, maior que a de 2008.


Pretendo descrever o meu rico passeio através de algumas fotos que tirei do evento. Confesso que, no início, queria saber quais as editoras e livros que estavam presentes, para depois ir às compras. Vamos lá?

Cheguei no Anhembi às 11h00 e já tinha muiiiiita gente, também era sábado, né?


A Bienal deste ano prestou uma homenagem a dois ilustres brasileiros feras na literatura: Monteiro Lobato e Clarice Lispector. Vejam as fotos dos estandes deles.

Monteiro Lobato.

Clarice Lispector.
Na Bienal, sempre tem algo curioso. O que me chamou a atenção foi o Livro Vermelho, de C. G. Jung. Ele é enorme! Vejam a capa e ele aberto.




Uma novidade foi a presença do E-book, o livro digital. É um mega iPod para você armazenar mais de 2.000 obras literárias, dependendo da quantidade de giga. Vou esperar abaixar o preço para adquirir um.



Meu momento fã. Eu com o Dr. House (Hugh Laurie).


18 de agosto de 2010

A presidenta e a revista Veja

Ao ler a reportagem da Veja da semana passada, me deparei com uma informação que me deixou intrigada: o fato de este periódico afirmar que a palavra "presidenta" é um modismo, não podendo ser aceito em nossa ortografia. Leiam o trecho e, depois, falarei sobre o assunto:
"(...) O mesmo vale para a moda recente - instigada, talvez, pelo fato inédito de que duas mulheres estão concorrendo à Presidência - de impor uma declinação feminina ao substantivo 'presidente'. No debate na Band, Dilma Rousseff reafirmou seu desejo de ser 'presidenta' do Brasil. Deveriam os bancos ter 'gerentas'?" (p. 98)
Eu só queria saber em qual fonte a revista obteve esta informação que, segundo os dicionários e o próprio Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa atual (2009) a palavra "presidenta" já pode ser usada como substantivo feminino de "presidente".

Antes, a palavra "presidente", segundo o Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa, em sua segunda edição (2004) era um substantivo comum de dois gêneros, mas que se podia considerar "presidenta" como seu feminino. Vejam o verbete:

presidente s.2g. [...] GRAM/USO o fem. presidenta tb. é us.

Na edição mais atual (2009), a palavra "presidenta" já é considerada o feminino de "presidente"; mas podemos considerar "a presidente" também correta. Observem os verbetes abaixo:

presidenta s.f. 1 mulher que se elege para a presidência de um país 2 mulher que exerce o cargo de presidente de uma instituição <a p. da Academia de Letras> 3 mulher que preside (algo) <a p. da sessão do congresso> 4 p.us. esposa do presidente ETIM fem. de presidente

presidente s.2g [...] GRAM fem.: presidenta (mas a presidente tb. é us.) [...]

O VOLP atual registra "presidenta" como substantivo feminino e "presidente", como adejtivo, substantivo comum de dois gêneros e também substantivo masculino. Vejam:

presidenta s.f.
presidente adj. s.2g. s.m.

Portanto, se é considerado modismo, acredito que um dia já foi, mas agora "presidenta" está dicionarizada e registrada no mais recente VOLP. Se uma das duas candidatas for eleita, teremos a primeira presidenta (ou primeira presidente) aqui no Brasil. Quem sabe, no futuro, não teremos, "gerentas"?

16 de agosto de 2010

Dicas de Português (17)



Olá, escrevi várias postagens sobre o uso da vírgula que estão sendo publicadas no blogue da minha empresa. Nesta semana, saiu mais uma, destas vez sobre a quarta parte deste assunto que é muito importante para escrevermos corretamente. Cliquem aqui para saber mais.

12 de agosto de 2010

"Tu sofre" com o português?


Ao me atentar para este anúncio, não me contive. Coloquei nesta postagem para analisarmos alguns desvios da norma culta da língua portuguesa.

Além dos erros ortográficos ("cogestã" - congestão; "afita" - afta), vamos analisar outros pontos.

1) Primeiramente, no título desta propaganda ("Tu sofre?"), segundo a norma culta, os verbos com o pronome pessoal de segunda pessoa, "Tu" e "Vós", devem ser conjugados de acordo, ou seja, "Tu sofres?" ou Vós sofreis?"; se optar por "você" ou "vocês", então o verbo deve ser conjugado na terceira pessoa: "Você sofre?" ou "Vocês sofrem?".

2) Na frase "descobre corno", realmente esta correta de acordo com a norma culta: o verbo descobrir é transitivo direto, portanto, não rege preposição alguma. Mas ao lê-la, me parece que o "corno estava coberto com alguma coisa e que seria descoberto pelo dono do anúncio". Então, para a oração ficar mais "bunitinha", prefiro escrever assim: "... descobre quem é corno".

3) Por fim, na oração "Atendemos qualquer horário", o verbo está como transitivo direto, mas o curandeiro estava se referindo aos horários de atendimento; portanto, a oração "qualquer horário" é um adjunto adverbial de tempo, devendo se escrever assim: "Atendemos em qualquer horário".

21ª Bienal Internacional do Livro acontece a partir de sexta (13)


Evento no Anhembi reúne 200 convidados em 1 100 horas de programação

Durante dez dias, São Paulo será transformada na capital das letras. De sexta (13) ao dia 22, o Pavilhão de Exposições do Anhembi recebe a 21ª Bienal Internacional do Livro. Orçada em 30 milhões de reais, a festa contará com números superlativos: o espaço de 60 000 metros quadrados — o equivalente a sete campos de futebol — será ocupado por 350 expositores. Cerca de 2,2 milhões de exemplares ficarão disponíveis ao público. Além disso, há um calendário recheado de palestras, debates e atrações para jovens e crianças. Participam das mesas de debates 200 convidados, em um total de 1 100 horas de programação. Nada mau para um evento que começou, em 1951, como uma pequena feira na Praça da República e só em 1970 passou a ser chamado de internacional. “Trata-se de uma celebração da cultura”, afirma Eduardo Mendes, diretor executivo da Câmara Brasileira do Livro (CBL).

Uma das intenções dos organizadores neste ano é manter as características tradicionais da Bienal, como a força mercadológica (serão mais de 4 000 lançamentos) e a capacidade de atrair o leitor não especializado. Quatro temas concentram a programação: Monteiro Lobato, Clarice Lispector, lusofonia e livro digital. Para traçar reflexões sobre eles, a CBL montou um conselho de curadores formado por Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo; Augusto Massi, diretor da Cosac Naify e professor de literatura brasileira da USP; e Hubert Alquéres, diretor-presidente da Imprensa Oficial. Esse trio, por sua vez, convidou curadores específicos para cada um dos espaços. O novelista Walcyr Carrasco, cronista de VEJA SÃO PAULO, por exemplo, ficou responsável pelo Palco Literário. Nele, personalidades do teatro e da TV farão leituras e interpretações de obras que marcaram sua vida. Depois, haverá debates com os visitantes. Constam na seleção nomes como Regina Duarte, Paulo Goulart, Sérgio Marone e Nívea Stelmann. “O grande público vai atrás das estrelas das novelas e é exposto à leitura”, explica Carrasco. “Passa então a entender aquilo como um prazer, algo agradável.”

Paulo Goulart é uma das atrações do Palco Literário, no sábado (14).
Cozinhando com Palavras, sob o comando do jornalista André Boccato, é outra atração. O palco recebe cozinheiros e críticos para abordar temas gastronômicos em debates e workshops. “Comida servida em aviões” é a palestra do chef argentino Chakall, o cozinheiro português Vitor Sobral traz “À mesa com Eça de Queiroz”, e o editor de gastronomia de VEJA SÃO PAULO, Arnaldo Lorençato, conversa sobre o ofício da crítica com outros quatro convidados. O palco Salão de Ideias, organizado pelos jornalistas Manuel da Costa Pinto e Alexandre Agabiti Fernandez, concentra-se de modo mais efetivo na literatura. Logo na abertura, numa sexta-feira 13 de agosto, o cineasta José Mojica Marins fala de seu personagem Zé do Caixão. O restante do dia será dedicado a temas vampirescos, inclusive com a participação do canadense Dacre Stoker, sobrinho-bisneto de Bram Stoker, criador do Drácula. Leitores poderão conferir outras atrações internacionais, a exemplo do norueguês Jostein Gaarder, do filosófico ‘O Mundo de Sofia’, e do irlandês John Boyne, de ‘O Menino do Pijama Listrado’. Autor da biografia ‘Clarice’, o americano Benjamin Moser encontra- se com a atriz Beth Goulart, que acaba de interpretar Clarice Lispector nos palcos. “Clarice foi vista muitas vezes como escritora de elite, mas a popularidade recente demonstra seu apelo para o grande público”, diz Moser. Entre os outros destaques do Salão de Ideias, vale ressaltar a iraniana Azar Nafisi, o bate-papo lusófono entre o moçambicano Mia Couto e o angolano José Eduardo Agualusa e a apresentação do inédito ‘1822’, do jornalista Laurentino Gomes, espécie de continuação do best-seller ‘1808’.

Fábulas com a Turma da Mônica, espaço inspirado no universo do quadrinista Mauricio de Sousa, e ‘O Livro É uma Viagem’, instalação que permite um passeio dentro de um livro enorme, com direito a atores fantasiados de personagens, são os principais chamativos para a criançada. O palco Território Livre tenta ajudar os jovens a escolher uma futura carreira a partir de debates com profissionais de jornalismo, humor e moda, entre outras áreas. A Bienal ainda aponta para o futuro ao emprestar para manuseio cinquenta e-readers e, dessa forma, expor o livro digital aos leitores.

Fonte: Veja São Paulo
  • Se quiserem saber mais sobre as programações especiais da Bienal, cliquem aqui.

11 de agosto de 2010

Falar e escrever bem: rumo à vitória

Este é o título da Veja desta semana, que trata da importância de sabermos falar e escrever bem de acordo com as norma padrão da língua portuguesa.

A revista, primeiramente, apresenta uma comparação dos discursos entre os principais presidenciáveis (Dilma, Serra e Marina), verificando os principais erros cometidos na oralidade deles. Também a mesma matéria apresenta os principais erros que devemos evitar em uma entrevista de emprego ou numa ascensão profissional.

O que percebi é que não surgiram novos erros, são sempre os mesmos como gerundismo, o uso do verbo "haver" como impessoal, do verbo "ser" no presente do subjuntivo dentre outros.

Não é a primeira vez que esta revista semanal fala deste problema. Em novembro de 2001, a Veja também apresentava uma capa com o mesmo título do periódico desta semana (vejam a foto ao lado).

Pretendo escrever postagens sobre estes erros frequentes, explicando, de acordo com a nossa gramática, como podemos falar e escrever corretamente, evitando estes erros frequentes. É só aguardar.

10 de agosto de 2010

Nossa língua portuguesa. Hã? (22)

Estas são algumas fotos que tirei por aí, só para perceberem o quanto a nossa língua está se tornando incultável.





9 de agosto de 2010

Nova Ortografia da Língua Portuguesa - Acentuação gráfica em apaziguar, averiguar etc.

Com a Nova Ortografia em vigor, algumas pessoas ainda têm dúvidas sobre o assunto. Espero que as minhas postagens sobre as as novas regras ortográficas da língua portuguesa sejam úteis a todos os leitores deste blogue.

Quero me ater a uma mudança ortográfica, especialmente para os que vão fazer concurso público: a acentuação gráfica em "apaziguar" e seus derivados no presente do subjuntivo.

Acredito que todos gostam de conjugar verbos não é? Bricadeira, sei o quanto é difícil esta prática, principalmente em verbos irregulares (haja paciência!).

Bom, este verbo que citei, juntamente com os seus derivados, por incrível que pareceça, é totalmente regular, mas devemos estar atento quando for conjugá-lo no presente do subjuntivo. Vejam a ortografia da antiga conjugação:

(Que) eu apazigúe
(Que) tu apazigúes
(Que) ele apazigúe
(Que) nós apazigüemos
(Que) vós apazigüeis
(Que) eles apazigúem

Em primeiro lugar, não tem mais trema em nenhuma palavra da nossa língua; portanto, eliminemos este sinal em "apazigüemos" e em "apazigüeis".

Por fim, o acento em "apazigúe", "apazigúes", "apazigúe", "apazigúem", ou seja, na primeira, segunda e terceira pessoa do singular e na terceira pessoa do plural, não existe mais, de acordo com a Nova Ortografia. Mesmo sem acento agudo, a fonética não muda nestas palavras. Continuamos a falar "a-pa-zi-gu-e"; "a-pa-zi-gu-em" etc.

Agora que já sabemos desta mudança, observem como fica a nova ortografia conjugação deste verbo:

(Que) eu apazigue
(Que) tu apazigues
(Que) ele apazigue
(Que) nós apaziguemos
(Que) vós apazigueis
(Que) eles apaziguem

Assim será também com os seus derivados: apaniguar, atreguar, averiguar, coliquar, contiguar, desambiguar, desapaziguar, equar, obliquar, paziguar, santiguar.

6 de agosto de 2010

Crônica do pai ao filho com a música


O garoto de 8 anos veste seu pijaminha como de praxe e vai dar um beijo de boa noite ao pai que estava no quartinho do estudos tocando violão. Desta vez, porém, o menino se vê tomado por uma curiosidade e lança uma pergunta.


- Pai, eu sempre vejo o senhor tocando violão aqui nesse quarto, se eu aprender violão posso vir pra cá também?

- Meu filho, você sempre pode vir pra cá quando quiser, mesmo que não queira aprender nem ouvir violão.

- Eu só não consigo entender direito essas músicas, até hoje só vi o senhor tocando.

- Essas músicas falam muito sobre quem eu sou, filho.

- Quer dizer que o senhor é diferente de todo mundo?

- Sou, do mesmo jeito que você também é diferente de todo mundo.

O menino vai pra cama e carrega consigo o pensamento sobre tocar violão e ser diferente para a escola no dia seguinte. À noite, pergunta novamente ao pai:

- Pai, se eu tocar violão vou ser diferente de todo mundo?

- Filho, você já é único e diferente de todo mundo.

- Mesmo sem tocar violão e ouvir essas músicas?

- Sim, você não precisa de nada disso pra ser quem você é.

- Pai, o senhor toca pra ser diferente?

- Não filho, essas músicas me ajudam a ser mais humano e parecido com outras pessoas.

- Como assim?

O pai aponta para alguns livros e partituras com nomes e imagens de compositores e diz ao filho:

- Essas pessoas que fizeram essas músicas tinham dentro delas coisas que eu também tenho. Isso me ajuda a perceber que tem outras pessoas no mundo que também tem esses mesmos sentimentos.

- Ah, quer dizer que o senhor usa a música pra conversar com esse povo do mesmo jeito que a gente reza pra falar com Papai do Céu mesmo sem ver ele?

- Sim, filho, é algo bem parecido com isso, só que a gente não pede nada a eles, só conversa e sente as coisas mesmo.

- Então eu quero aprender violão pra também falar com eles e com o senhor.

O pai, emocionado, põe o filho sentado numa cadeira e coloca o violão gigantesco nas mãozinhas da criança. Pega o dedinho indicador e faz com que ele marque duas notinhas na 1ª corda, um mi solto e um fá sustenido. O garotinho sente dificuldades com as notas e pergunta:

- O que foi que eu falei com essas notas?

- Você disse "oi" pro mundo da música.

- Alguém ouviu além do senhor?

- Sim, com certeza muita gente ouviu.

- E todos eles entenderam?

- Entenderam e ficaram felizes.

- Como é que eu vou saber o que eu tô dizendo e se eles tão entendendo?

- Sabe sua irmãzinha de 6 meses? Ela diz gugu dadá e a gente entende. E a gente fala de volta com ela na nossa língua e ela entende.

- Mas a gente tá vendo ela.

- Lembra que você falou de Papai do Céu? Você fala, ele escuta. E você sabe que ele escutou porque você se sente bem por dentro. É assim que funciona.

- Agora eu acho que eu entendi.

A partir daquele dia, pai e filho passaram a tocar juntos e falar sobre música sempre que possível. O homem já maduro se viu encantado de voltar a aprender música a partir do zero, de ver as coisas com os olhos de uma criança, enquanto o meninote ficava fascinado e curioso com as coisas que o paizão ensinava. Sem se dar conta, ambos, cada qual à sua maneira, se tornaram heróis da música um para o outro.

Fonte: violão.org

5 de agosto de 2010

Ficha limpa do Idioma: Como mudanças de português podem ser usadas para alterar o sentido de uma lei

A mudança de um tempo verbal por pouco não criou um carnaval político no Brasil. O projeto de iniciativa popular que impede a candidatura de políticos condenados pela Justiça, o Ficha Limpa, foi aprovado pelo Senado em 19 de maio e sancionado pelo presidente Lula em 7 de junho. Tudo ia bem quando, depois de aprovada a lei, uma emenda de última hora alterou um mero tempo verbal do projeto original.

Com a alteração, aquela que era uma garantia de proteção da sociedade parecia virar pizza, com a suspeita de que o texto passava a livrar a cara dos políticos condenados antes da sanção e publicação do Ficha Limpa. A polêmica durou até 17 junho, quando o Tribunal Superior Eleitoral decidiu, por 6 votos a 1, pela inelegibilidade de políticos condenados antes da lei. O caso, no entanto, foi linguisticamente confuso o bastante para levar o presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, a consultar especialistas em semântica.

O projeto original dizia que seriam inelegíveis os políticos que "tenham sido condenados" e os que "foram condenados" pela Justiça. Para "uniformizar o texto", diz o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), seu colega Francisco Dornelles (PP-RJ) criou emenda que alterou o texto para "os que forem condenados".

Não é o primeiro caso de mudança de português que, cosmética na superfície, transforma um texto legal (ver quadro). Mas é o primeiro relevo eleitoral dado a um tempo verbal.

Professora da USP especialista em fonologia e morfologia, Rosane de Sá Amado diz que, ainda que na maior parte das alíneas o tempo flexionado seja o futuro do subjuntivo (o que implica só atos ocorridos após a adoção da lei), em outras o tempo foi o pretérito perfeito do subjuntivo (e faz valer a lei para atos anteriores à sua promulgação).

O subjuntivo de "que forem condenados" aponta hipótese de que algo ocorrerá. Na prática, deixava políticos já condenados livres para se candidatarem.

(...)
 
Fonte: Revista Língua Portuguesa
 
Se quiserem ler o artigo inteiro, cliquem aqui.

Dicas de Português (16)

Olá, hoje saiu mais uma postagem de lingua portugesa no blogue da minha empresa. Com ele, vamos aprender sobre o uso correto dos pronomes oblíquos átonos em nossa língua e perceberão que não é tão difícil assim. Cliquem aqui para conferirem esta postagem.

4 de agosto de 2010

FLIP 2010

Começou hoje a Festa Literária Internacional de Paraty, mais conhecida como FLIP.

Este ano, o homenageado da Festa será Gilberto Freyre. Podemos contar com a presenças ilustres da escritora chilena Isabel Alende, do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso dentre muitos outros.

A FLIP também traz novidades como os espaços Flipinha, para crianças, e FlipZona, para os mais jovens.

Para mais detalhes sobre o evento, clique aqui.

Hoje é meu aniversário, vulgo, níver


Estou feliz por completar mais "algumas primaveras" e, principalmente, por Deus ter permitido este espaço para divulgar meu trabalho e meu amor à língua portuguesa.

Fico feliz com um bom número de visitas a este blogue e, também, pelas postagens ajudar muitas pessoas com dúvidas de português.

Para a minha homenagem (que modéstia!), deixo um soneto do maravilhoso Vinícius de Moraes:

Soneto de aniversário

Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.

Olha ele batendo palma pra mim!

3 de agosto de 2010

A capa



A capa é a embalagem do livro. Papel mais grosso, muita cor para chamar a atenção. Quando um editor me chama para fazer uma capa, vai logo dizendo que eu estou livre para criar e vai passando as coordenadas: bota orelha - não bota orelha, mas acham orelha muito caro porque gasta papel... Formato? O de sempre. Não pode mudar. Os livreiros não suportam livros que não caibam nas prateleiras. Tem título (enorme, geralmente) e subtítulo para o leitor entender melhor o que o autor quis dizer com o título. Tem o nome do autor (ou vários). É autor importante? Vende muito? É artista de TV? Então coloca o nome bem grande. Grandão! Tem logotipo da editora na primeira capa, na quarta capa, na lombada. "Dá pra ser colorido? Dá pra ser maiorzinho?"

Ah, sim! Bota novamente o autor e o título na capa de trás. É para o leitor não se esquecer quando acabar de ler todo aquele texto da quarta capa. Olha! Não se esqueça do código de barras e do ISBN.

É importante, sabe, a globalização, a gente precisa mostrar que é "muderno". Acabou? Não. Falta o texto da orelha - geralmente tirado do prefácio, ou seja, lá de dentro do livro tem o mesmo texto, de  novo. Pra quando? Depois de amanhã, sem falta. O pagamento? No dia dez do mês que vem, e geralmente estamos no primeiro dia do mês anterior.

Então o editor me diz? a gente escolheru você porque você é criativa. Quero uma capa linda. Ponha sua imaginação para trabalhar. OK! Se sobrar espaço na capa...

É assim. Oitocentas vezes foi assim na minha vida.

Moema Cavalcanti, designer de livros

2 de agosto de 2010

Regência Verbal - parte 4

  • Proceder
a) No sentido de "ter fundamento", não exige complemento algum. Trata-se, pois, de um verbo intransitvo:

Aqueles boatos não procediam.
                                    VI

Se sua reclamação proceder, farei a revisão da prova.
                                 VI

b) No sentido de "executar", "fazer", exige complemento com a preposição "a":

Prodeceremos a um inquérito.
      VTI

Tão logo a votação se encerre, procederemos às apurações.
                                                     VTI
  • Querer
a) No sentido de "desejar", "ter vontade de", exige complemento sem preposição:

Eu quero um hamburguer com queijo.
     VTD

A gente quer falar com você.
                 VTD

b) No sentido de "estimar", "ter afeto", exige complemento com a preposição "a":

Quero a meus pais.
    VTI

Quero a meus colegas.
   VTI
  • Visar
a) No sentido de "mirar", exige complemento sem preposição:

Ele visou o alvo.
        VTD

O caçador visou a presa.
                        VTD

b) No sentido de "dar visto", exige complemento sem preposição:

O gerente visou o cheque.
                      VTD

O próprio cônsul visou meu passaporte.
                                     VTD

c) No sentido de "ter em vista", exige complemento com a preposição "a":

Visamos a uma posição de destaque.
    VTI

Ele agia sem visar a lucros.
                           VTI

Fonte: Curso prático de português

Exercício de interpretação de texto