29 de novembro de 2010

Dissertação - parte 3


Cuidados ao fazer uma dissertação

Nas minhas útimas postagens que escrevi sobre dissertação, falei de seus modelos e sua estrutura e maneira certa de organizar as ideias. Observe, agora, alguns cuidados que devemos ter ao redigirmos uma dissertação:
Leia atentamente o tema, procurando entender perfeitamente o que é pedido; 
  • Reflita sobre o tema, procurando analisar o ponto de vista assumido, sua forma e variantes;
  • Em cada parágrafo, procure elaborar de dois a três períodos (orações). Não faça-os longos, nem curtos demais. Também não redija um parágrafo muito longo, nem curto.
  • Tenha o hábito de ler bons livros, jornais e revistas; assim, conseguirá argumentos e ideias para sua dissertação;
  • Delimite o assunto, isto é, através de um tema aberto, procure restringi-lo a um de seus aspectos, tornando-o um tema fechado, restrito. Por exemplo, o tema de uma dissertação é a televisão; você pode restringi-lo a um assunto dentro deste tema, como: a influência da televisão nos dias de hoje, a influência da televisão com o passar dos tempos, as mudanças de hábitos ao assistirem a televisão dentre outros;
  • Planeje a elaboração de cada etapa da estrutura dissertativa (Introdução, Desenvolvimento e Conclusão);
  • Faça um esboço, um rascunho inicial.
  • Procure redigir sempre na terceira pessoa do singular (ele/ela) ou, ainda, na primeira pessoa do plural (nós) para tornar o texto mais impessoal.
  • Evite expressões do tipo: “Na minha opinião...”, “Eu penso que...”, “Eu acho que...” dentre outros.
  • Não use gírias e expressões que só aparecem na nossa oralidade. Caso seja necessário, coloque-as entre aspas (“ “).
  • Se for colocar algum exemplo, só use apenas os que saíram na mídia: jornais, revistas dentre outros.
  • Não use “etc.”, nem reticências (...); prefira as expressões “dentre outros”, “entre outros”;
  • Mantenha sempre objetividade e clareza na abordagem do tema. Não use expressões difíceis, prefira as mais usuais do dia a dia.
  • É importante que sejam apresentados e discutidos fatos, dados e pontos de vista acerca do tema proposto.
  • Evite frases feitas, pois empobrecem o texto, demonstrando a ausência de originalidade, a falta de imaginação e de bom gosto. Por exemplo: “caixinha de surpresas”, “encerrar com chave de ouro”, “nos primórdios da humanidade” dentre outros.
  • Não utilize provérbios ou ditos populares;
  • Nunca se inclua em uma dissertação;
  • Não faça repetição de palavras ou expressões; use sinônimos.
  • Não propague doutrinas religiosas;
  • Não use abreviações.
  • Não fuja ao tema proposto;
  • Quando for usar alguma palavra estrangeira, deixe-a entre aspas;
  • Ao separar as sílabas, não deixe apenas uma vogal iniciando ou terminando uma linha, evitando, também, a cacofonia (som desagradável).
  • Como elementos referenciais, podemos usar os pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos; apostos; hiperônimos (palavras de ideias gerais: “instrumentos”, ferramentas”); hipônimos (palavras de ideias restritas: “violão”; “martelo”); perífrases (“a Cidade Maravilhosa”, substituindo “Rio de Janeiro); antonomásias (“Poeta dos Escravos”, substituindo “Castro Alves”) entre outros.

27 de novembro de 2010

Café expresso ou Café espresso?


Uma das bebidas que eu amo de paixão é um bom cafezinho depois do almoço. No meu trabalho, vamos montar um curso a distância de barista e, nesta semana, houve uma discussão fervorosa sobre a maneira correta de escrever café expresso (ou seria café espresso?).

Em alguns lugares onde se vende esta bebida, podemos encontrar "espresso", mas não conhecemos "expresso" em português? Para acabar com a dúvida, "espresso" é o italiano de "expresso", simples assim.

Portanto, se virmos "espresso" em algum lugar, não vamos logo condenar o dono do estabelecimento. Às vezes, ele preferiu assim mesmo. Mas eu prefiro "expresso", pois assim eu valorizo a minha língua. Ora, se já tem a palavra no nosso português, pra que escolher uma estrangeira?

25 de novembro de 2010

De onde vêm as palavras (21): Não sabe nem o dó, ré, mi


Para tachar alguém de analfabeto, diz-se que "não sabe nem o ABC". A frase serve para designar quem nada entende de música. As denominações para as notas foram dadas pelo musicólogo italiano Guido D'Arezzo, que se inspirou nas primeiras sílabas de um hino a são João, o Evangelista, composto em latim por um cantor de igreja que estava resfriado. Nele o cantor pedia ao santo que lhe devolvesse a voz.

Os seis versos começavam com "Ut", "re", "mi", "fa", "sol", "la". A primeira nota mudou para "dó", permanecendo "ut" apenas para os eruditos. E a última, "si" foi formada com as iniciais do nome do santo em latim: Sancte Joannes. Em latim, o "jota" tem som de "i".

Fonte: De onde vêm as palavras II

Plural dos substantivos compostos - parte 1


Observem as palavras abaixo

Carta-bilhete
Abaixo-assinado
Padre-nosso
Banana-maçã
Pé de moleque
Corre-corre

Escrevemos estas palavras inúmeras vezes no singular, mas, quando quisermos escrever no plural, com são escritas? É sobre isso que quero falar nesta postagem: como pluralizar os substantivos compostos.

Não é uma tarefa simples e requer o conhecimento de algumas regrinhas, por isso dividirei este assunto em duas postagens. Vamos lá?

1. Variam ambos os elementos quando o substantivo composto se encontra nas seguintes formações:

Exemplos

a) Substantivo + Adjetivo: carro-forte - carros-fortes; montanha-russa - montanhas-russas; boia-fria - boias frias; guarda-noturno - guardas-noturnos;

b) Adjetivo + Substantivo: boa-vida - boas-vidas; pública-forma - públicas-formas;

c) Numeral + substantivo: segunda-feira - segundas-feiras; primeira-dama - primeiras-damas;

2. Quando o substantivo composto é formando por dois substantivos, e o segundo elemento limita o significado geral do primeiro, somente o primeiro varia ou ambos os elementos variam:

Singular: Banana-maçã
Plural: Bananas-maçã e Bananas-maçãs

Singular: Manga-rosa
Plural: Mangas-rosa e Mangas-rosas

Singular: Peixe-espada
Plural: Peixes-espada e Peixes-espadas

Singular: Banana-maçã
Plural: Bananas-maçã e Bananas-maçãs

Singular: Manga-rosa
Plural: Mangas-rosa e Mangas-rosas

Singular: Peixe-espada
Plural: Peixes-espada e Peixes-espadas

Singular: Carta-bilhete
Plural: Cartas-bilhete e Cartas-bilhetes

Singular: Cirurgião-dentista
Plural: Cirurgiões-dentista e Cirurgiões-dentistas

Singular: Couve-flor
Plural: Couves-flor e Couves-flores

Singular: Sofá-cama
Plural: Sofás-cama e Sofás-camas

Observação. O dicionário apresenta, no final dos verbetes de substantivos compostos do caso acima, o plural destes. Caso tenha dúvida, é só consultá-lo.

3. Quando os compostos são formados por palavras repetidas, ou muito semelhantes, somente o segundo elemento varia:

Teco-teco – Teco-tecos
Bangue-bangue – Bangue-bangues
Pingue-pongue – Pingue-pongues
Reco-reco – Reco-recos

4. Quando os compostos vêm unidos por uma preposição, só o primeiro elemento varia:

Pé de moleque – Pés de moleque
Camisa de força – Camisas de força
Cana-de-açúcar – Canas-de-açúcar
Cravo-da-índia – Cravos-da-índia

Observação. Também estão nesta mesma regra estes exemplos: cartão de crédito – cartões de crédito; máquina de costura – máquinas de costura; pano de prato – panos de prato etc.

7 de novembro de 2010

Nova Gramática do Português Brasileiro

Olá, ultimamente, não tenho me dedicado a escrever neste espaço, porque estou atolada de serviço no meu trabalho. Fui designada a escrever e organizar um curso de Qualificação Profissional, além de escrever para o blogue da empresa. Um grande desafio para mim que, graças a Deus, tem dado certo.

Mudando de assunto, deveria ter escrito sobre a Nova Gramática do Portugês Brasileiro do professor Ataliba de Castilho, que adquiri na Bienal do Livro deste ano. Além de comprar esta Gramática, também tive a oportunidade de conhecer o autor desta obra pessoalmente, tirando até uma foto.
 
O professor sugere que o nosso português seja ensinado da maneira como falamos, saindo da Norma Culta, afirmando também que a nossa língua não é difícil, ela é mal ensinada.

Para os professores que acreditam que a nossa língua tem que sair da Norma, é um desafio muito grande o ensino do "brasileiro" nas salas de aula. Por isso, o conteúdo desta Gramática vai aumentar ainda mais o nosso conhecimento da Última Flor do Lácio Brasileiro".