27 de setembro de 2011

Diferença entre adjetivo e advérbio


Muitas vezes, não conseguimos fazer a concordância nominal certa com as expressões, bastante/muito/pouco, caro/barato entre outras, não sabendo a diferença entre adjetivo e advérbio, como é o caso.

Já falei neste espaço sobre a concordância nominal de algumas expressões adjetivas e adverbiais, mas sobre a diferença entre adjetivo e advérbio, não dei uma explicação sobre isso. Sabendo a diferença entre esses dois itens da morfologia, podemos fazer a concordância corretamente.

Portanto, vamos às explicações:

Adjetivo é a palavra que acrescenta uma qualidade ao substantivo: menina bonita, garotos simpáticos etc. Percebem que há variação de acordo com o substantivo: se está no plural e no masculino, o adjetivo também deve estar no plural e no masculino; caso esteja no singular e feminino, deve-se fazer a concordância deste jeito; e assim por diante.

Advérbio é a palavra que funciona como modificador de um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio, exprimindo circunstâncias de tempo, modo, lugar, intensidade etc.: dormir pouco, comida muito boa, chegaram bastante cedo etc. Ao contrário do adjetivo, o advérbio é invariável, ou seja, não se faz concordância nenhuma.

Agora que sabemos a diferença entre adjetivo e advérbio, vamos colocar em prática através das expressões citadas no início desta postagem:


Bastante/Muito/Pouco

Adjetivo - Precisa dar muita atenção ao seu filho.
                                              Adjetivo Substantivo

Advérbio - Eram alunas muito bonitas.
                                                Advérbio  Adjetivo


 
Adjetivo – Havia bastantes explicações a respeito do contrato.
                                       Adjetivo       Substantivo 

Advérbio – Os atletas treinavam bastante para a competição.
                                                   Verbo       Advérbio


AdjetivoPoucas pessoas estiveram presentes na reunião.
                     Adjetivo    Substantivo
Advérbio – Meu filho come pouco.
                                  Verbo   Advérbio

• Caro/barato

Adjetivo - A casa é cara (ou barata).
                       Substantivo  Adjetivo

Advérbio - O telefone custou barato (ou caro).
                                                  Verbo  Advérbio

Fazendo este trabalho de observação, podemos efetuar uma concordância correta e, com muito treino, poderá adquirir maior facilidade na hora em quer for redigir um texto.

20 de setembro de 2011

Exemplo de frase confusa





Hã!

16 de setembro de 2011

Uso correto dos verbos no infinitivo


Quando estudamos sobre verbos, aprendemos que, além dos modos indicativo, subjuntivo e imperativo, temos as formas nominais, em que os verbos não apresentam flexões de tempo e de modo, exercendo funções próprias de nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) e por isso recebem esse nome.

As formas nominais do verbo são: infinitivo, gerúndio e particípio. Nesta postagem, falarei primeiro sobre o uso correto dos verbos no infinitivo.

Na língua portuguesa, há duas formas de infinitivo:

• O não flexionado, conhecido como impessoal, é a forma como encontramos o verbo no dicionário com a desinência –r: cantar, dançar, vir, partir, ver, ser etc.

• O flexionado, conhecido como pessoal, é o que apresenta desinências especiais para as três pessoas do plural e para a segunda pessoa do singular. Veja um exemplo de infinitivo pessoal com o verbo “cantar”:

Cantar
Cantares
Cantar
Cantarmos
Cantardes
Cantarem

Agora que sabemos quais são as formas do infinitivo, vamos ver o seu emprego:


• Infinitivo impessoal

Emprega-se o infinitivo impessoal nestas situações:

a) Quando não estiver se referindo a sujeito algum: É necessário controlar os preços das mercadorias.

b) Tem valor de imperativo (ordem): O comandante mandou: atirar!

c) Quando fizer parte de uma locução verbal: As pessoas deviam ler mais.

d) Quando for dependente de verbos como “deixar”, “fazer”, “mandar”, “ouvir”, “sentir” e “ver” e tiver por sujeito um pronome oblíquo: Mandei-os sair; Deixe-os fazer o que querem.

e) Quando é precedido pela preposição “de” antecedida de adjetivos como “fácil”, “difícil”, “possível” e semelhantes, assumindo o sentido passivo: Isso é fácil de resolver (ou “de ser resolvido”); Esses exercícios não são difíceis de resolver (ou “de ser resolvido”).


• Infinitivo pessoal

Empregamos o infinitivo pessoal nas seguintes situações:

a) Quando tiver sujeito próprio: A solução era voltarmos; Para nós resolvermos o problema, precisaremos de tempo.

b) Quando o sujeito for indeterminado, devendo estar na terceira pessoa do plural: Ouvi dizerem coisas a seu respeito.


O comércio dos livros e o surgimento de novas profissões relacionadas antes de Cristo (a.C.)



Os livros e seu comércio só começaram a desenvolver-se no século IV a.C., mesmo se considerarmos a atividade isolada de Antímaco de Colofão (c. 445 a.C. - ?), que antecipou em cerca de cem anos a dos alexandrinos ao organizar uma edição de Homero. De fato, é Isócrates (436 – 338 a.C.) quem figura como o primeiro autor conhecido a escrever mais para ser lido do que recitado. Com o aumento do mercado leitor surgiram profissões estritamente associadas ao livro: o copista (bibliógraphos), o especialista em pintar letras capitais (kalligráphos) e o livreiro (bibliopóles).

A ampla divulgação de textos chegou a propiciar a organização de algumas bibliotecas particulares. Entretanto, nada disso evitava uma editoração extremamente defeituosa, o que se dava pela ausência de textos normalizados, levando os copistas à adoção de critérios arbitrários – e danosos – no concernente a pontuação, transcrição, divisão de palavras etc. Em suma, um texto original jamais combinava com suas cópias precisamente pela multiplicação de variantes introduzidas de maneira involuntária, por falta de normas que guiassem o trabalho dos copistas de modo a uniformizar os textos segundo um padrão considerado ideal ou correto. Os problemas criados nesse sentido chegaram a tal ponto que Licurgo (c. 390 – c. 325 a.C.) ordenou o depósito de arquivos do Estado de ‘cópias públicas’, i.e., cópias definitivas, dos textos de Ésquilo, Sófocles e Eurípides, os três maiores trágicos da Grécia.
Fonte: A construção do livro: princípios da técnica de editoração.

15 de setembro de 2011

De onde vêm as palavras: Ser homem de boa-fé



No capitólio romano havia o templo da Bona Fides, Boa Fé, cuja festa era celebrada a 1º de outubro. Transações privadas precisavam ter fides publica, fé pública, que garantia a convivência social mediante a confiança que os cidadãos deveriam ter uns nos outros. Os que ali faziam promessas e depois as descumpriam, ainda antes da sistematização do direito, eram pessoas de má-fé, expressão que atravessou os séculos e ainda é usada. Já ser homem de boa-fé é ser pessoa de bem, em cuja palavra se pode confiar, ainda que designe também o homem simples, que em sua boa-fé pode ser enganado pelo de má-fé.

Fonte: De onde vêm as palavras II

12 de setembro de 2011

A língua portuguesa através do tempo


A língua portuguesa da atualidade não é a mesma de muitos anos atrás. Toda língua passa por evolução e mudanças ortográficas, de pontuação e até sintáticas, como podemos ver em nosso dia a dia, regências que não usamos mais.

Abaixo, cinco transcrições da língua portuguesa desde a mais antiga até a mais atual. Percebam como a nossa língua mudou e vai mudando através do tempo.




Vallis autem ipsa ingens est vallis, iacens subter latus montis Dei, quae habet forsitan, quantum potuimus videntes aestimare aut ipsi dicebant in longo milia passuum forsitan sedecim, in lato quattuor milia esse appellabant. Ipsam ergo vallem nos traversare habebamus, ut possimus montem ingredi.
Monja Etéria, ou Egéria, natural de Galiza (noroeste da Espanha) em Peregrinatio ad loca sancta (Peregrinação aos lugares santos). Texto em que aparece construções típicas do chamado latim vulgar, que originou nas línguas românicas; dentre elas, o português



De noticia de torto que fecerû a Laurêcius Fernãdiz por plazo qve fece Gõcauo Ramiriz antre suos filios e Lourêzo Fernãdiz quale podedes saber: e ouve auer, de erdade e daure, tãto quome uno de suos filios, daquãto podes: auer de bona de seuo pater; e fiolios seu pater e sua mater. E depois facerû plazo nouo e cõu: uos a saber quale; in ille seem taes firmamentos quales podedes saber Ramiro Gõcaluiz e Gõcaluo gõca [luiz e] Eluira Gõcaluiz forû fiadores de sua irmana que o[to]rgase aqu[e]Le plazo come illos Super isto plazo ar fe[ce]Ru suo pleceto.
Notícia de Torto, entre 1214 e 1216, um dos registros mais antigos da língua portuguesa


Easy segujmos nosso caminho per este mar delomgo ataa terça feira doitauas de páscoa que foram xxj dias dabril que tomaos algûûs synaaes de terá seemdo da dita jlha segundo os pilotos deziam obra de bjc lx ou lxx legoas os quaaes hera muita camtidade deruas compridas aque os mareantes chama botelho e azy outras aque tam bem chama Rabo dasno Eaaquartefeira segujmte póla manhãã topamos aves aque chaã fura buchos e neeste dia aoras de bespera ouuevmos vista de terá primeiramente dhûû gramde monte muy alto e Redomdo chãã com grande aruoredos ao qual monte alto ocapitam pos nome o monte pascoal
Carta de Pero Vaz de Caminha, 1º de maio de 1500

Rio de Janeiro 11 Setembro 1857

Presado Pai
Aqui chegamos sem novidade e tendo felizmente escapado a grande chuva que ainda hoje dura. As cartas todas estão entregues e o Joaquim leva a peça de riscado da loja do primo José e os 12#000, como tambem uma lamparina ou lampião que me pedio para comprar. Peço a meu Pai queira recommendar-me ao primo Manoel e ao Senhor Veludo a lançar a sua benção sobre
Seu filho amante
Casimiro José Marques de Abreu
Carta do poeta brasileiro Casimiro de Abreu ao seu pai, 1857

MAIS UMA VEZ
AQUELE PRODUTO
QUE VOCÊ NEM PRECISA
DIZER O NOME
GANHOU AQUELE
PRÊMIO
QUE VOCÊ
JÁ SABE
QUAL É
Publicidade do Prêmio Top of Mind 2006 estampada na Folha de S. Paulo de 18.10.2006.

Fonte: Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia de variação linguística. São Paulo: Parábola, 2007.