26 de julho de 2012

Crase diante de siglas



Sobre a crase, sabemos que existem algumas regras e dicas para identificá-la. E quando a ocorrência for diante de siglas? Veja o exemplo no título de uma reportagem que vi hoje:

No título acima, não há erro algum, apenas quero mostrar identificar a crase diante de siglas:

• Primeiro, verificamos a regência da palavra que, nesse caso, é “ataque”. Ela rege as preposições “a” e “contra”; nesse caso, preferiu-se a preposição “a”.

• Depois, identificamos o significado da sigla: UPP – Unidade de Polícia Pacificadora. Sendo a primeira palavra feminina (Unidade), ocorre a crase; caso contrário, não há crase.

Lembramos que crase não é o acento, mas a fusão ou contração de duas vogais.

25 de julho de 2012

De onde vem "bullying"?

Essa é mais uma palavra nova que surgiu, sendo muito divulgada. É um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos. Infelizmente, essa prática tem sido, a cada dia, mais "aprimorada" por meio de divulgação via celular e internet, levando as vítimas a se afastarem da vida social.

A palavra veio do inglês bully, que significa "tirante", "valente". Por ser inglesa, ainda não consta nos dicionários de língua portuguesa aqui no Brasil como palavra estrangeira, nem no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Mas existe o verbo "bulir", que tem o mesmo sentido de "bullying": caçoar, mexer, causar incômodo.

De onde vem "combo" ?




Hoje, no meu trabalho, estávamos discutindo como surgiu a palavra "combo".

Para quem não sabe, "combo" é uma palavra nova que surgiu na língua portuguesa e ainda não foi dicionarizada, porém se encontra no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa como adjetivo ou substantivo masculino. Sua origem é inglesa, sendo abreviação de combination (combinação).

Como disse, essa palavra ainda não está no dicionário, mas é só aguardar que, assim como muitas palavras novas que surgem e são dicionarizadas, "combo" também estará. A ABL já aceita em seu novo vocabulário.

As funções do "que"



Sabemos que esta pequena palavra pode ser um pronome ou uma conjunção, mas também pode exercer outras funções. Observe:

Preposição. Quando vier ligando dois verbos de uma locução verbal, sendo equivalente a “de”: Tenho que sair. (ou “Tenho de sair”.); Ela tem que dar uma resposta até amanhã.

Advérbio. Quando modifica um adjetivo ou um advérbio, equivalendo a “quão”: Que lindas são aquelas flores. (ou “Quão lindas são aquelas flores”.)

Partícula expletiva ou de realce. Neste caso, pode ser retirada da oração sem prejudicar o sentido, podendo aparecer, também, na expressão “é que”: Quase que não consigo terminar o trabalho. (Quase não consigo terminar o trabalho); Eles é que conseguiram terminar o trabalho. (Eles conseguiram terminar o trabalho)

Pronome. Como pronome, a palavra “que” pode ser:
a) Pronome relativo. Não encontramos as pessoas que saíram.
b) Pronome indefinido. Que aconteceu com você? Que vida é essa? Você precisa de quê?

Observação. Veja que o pronome indefinido “que”, no final da oração, recebe o acento circunflexo. Isso indica tonicidade.

Conjunção. Conectivo entre duas orações, pode relacionar tanto orações coordenadas como subordinadas. Veja alguns exemplos:

Todos aguardavam que ele refizesse os cálculos. (conjunção subordinativa integrante)

Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa explicativa)

É bom que todos venham à minha festa. (conjunção subordinativa integrante)

Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa consecutiva)

Estou bem mais calmo que ontem. (conjunção subordinativa comparativa)

16 de julho de 2012

Mascote virou menino



O mau de um revisor de texto é, quando estiver lendo alguma notícia, matéria, enfim, qualquer coisa e, sem querer, encontrar alguns desvios da língua portuguesa. Juro que não é por maldade, mas essas coisas acontecem, não é?

Isso é bom para colocar em prática os conhecimentos que temos das normas da língua portuguesa, porém, às vezes, queria ficar sossegada com uma determinada leitura. Não dá.

Hoje, ao ler uma matéria bem interessante sobre mascotes dos Jogos Olímpicos (amo de paixão e torço pelo Brasil!!), percebi que mudaram o gênero da palavra "mascote". Vejam:




Nos dicionários Aurélio e Houaiss, e no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP),  a palavra "mascote" não mudou de gênero de jeito nenhum. Continua sendo palavra feminina como podemos ver abaixo:

Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Positivo, 2009



Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Objetiva, 2009

 
Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Global, 2009


Acredito que "mascote", por ser uma palavra bem conhecida e divulgada pelos falantes da língua portugesa aqui no Brasil, aos poucos, vai se transformando em uma palavra masculina, ou comum de dois gêneros. Basta apenas o reconhecimento. Mas, enquanto esse dia não chega, devemos escrevê-la no feminino, como mandam os dicionários e o VOLP: "Relembre as mascotes dos Jogos Olímpicos de Verão desde 1968".

12 de julho de 2012

As funções do "onde"



A palavra “onde” é bem antiga, desde o século XIII (do latim unde) e apresenta diversas funções dentro de uma oração, mas sempre mantendo seu significado: “em que lugar”.

A princípio, ele era um advérbio, mas, com as mudanças da língua portuguesa com o passar do tempo, hoje podemos usar “onde” também como pronome e conjunção.

Veja abaixo as funções do “onde” em nossa língua:

a) Como advérbio interrogativo:
Onde você esteve ontem à noite?
Queria saber onde você esteve esta tarde.

b) Como pronome relativo, referindo-se a um lugar fixo:
O país onde estive é bem desenvolvido.
A casa onde meus bisavôs viviam foi demolida.

c) Como conjunção integrante em orações subordinadas substantivas, fazendo uma relação entre orações: Não sabia onde seria a palestra.
A professora disse onde seriam realizadas as provas finais.