26 de setembro de 2012

As funções do "se"



Já ouvimos e escrevemos várias frases com o “se” que, na língua portuguesa, tem várias funções, porém, muitas vezes, conhecemos apenas poucas delas.

Essa pequena partícula não é apenas um pronome oblíquo, mas também pode ser uma conjunção, um pronome reflexivo etc., dependendo do seu uso. Veja quais são as funções do “se” na língua portuguesa:


Conjunção

O “se” pode ser uma:

Conjunção integrante. Em orações subordinadas substantivas: Perguntei se ele estava satisfeito; Queria saber se tudo estava em ordem.

Conjunção subordinativa causal. Em orações subordinadas adverbiais, indicando uma condição, equivalendo a “caso”: Se todos estivessem estudando, as notas seriam altas.

Conjunção subordinativa causal. Também presente em orações subordinadas adverbiais, iniciando uma explicação; equivale ao “como”, “já que”: Se você não me queria, não devia me procurar.


Partícula apassivadora

Está presente em orações na voz passiva sintética, ligada a verbos transitivos diretos:

Vendem-se casas. (Casas são vendidas.)

Alugou-se uma casa na praia. (Uma casa na praia foi alugada.)


Índice de indeterminação do sujeito

O “se” vem ligado a um verbo na terceira pessoa do singular transitivo indireto, intransitivo ou verbo de ligação, indicando que o sujeito da oração é indeterminado:

Trabalha-se de dia.

Vive-se bem aqui.

Precisa-se de auxiliares de venda.


Pronome reflexivo

O “se” também é um pronome pessoal oblíquo de terceira pessoa que indica reciprocidade e equivale a “a si mesmo”, assumindo as funções de:

Objeto direto: Ele cortou-se com a faca. (Ele cortou a si mesmo com a faca.);

Objeto indireto: Ele arroga-se direitos que não possui. (Ele arroga de si mesmo direitos que não possui.)

Sujeito de um verbo no infinitivo: Clara deixou-se estar à vontade. (Clara deixou a si mesma estar à vontade.)


Pronome recíproco

O pronome reflexivo “se”, em verbos no plural, indica reciprocidade na oração, substituído pelas expressões “uns aos outros” ou admitindo outras como “mutuamente”, “reciprocamente” etc.

Carlos e Ana amavam-se intensamente. (Carlos e Ana amavam um ao outro.)

Os inimigos se cumprimentavam. (Os inimigos se cumprimentavam mutuamente.)

 
Parte integrante de um verbo pronominal

A partícula “se” também faz parte de verbos considerados pronominais:

Ele se arrependeu do que disse.

Ajoelhou-se no chão e começou a orar.


Partícula expletiva ou de realce

Nesse caso, o “se” pode ser apenas uma partícula de realce em uma oração, podendo ser retirado sem causar prejuízo:

Passavam-se os dias. (Passavam os dias.)

14 de setembro de 2012

Mania de iniciar palavras com caixa alta



Vejo muitos cartazes publicitários e textos na internet cheios de palavras iniciadas com caixa alta (letra maiúscula) sem necessidade alguma. Não entendo o porquê de as pessoas insistirem em fazer isso.

Existem regras específicas para o uso de letras maiúsculas (as quais não são aplicadas muitas vezes), mas as pessoas abusam da falta de noção e escrevem como acham, deixando o texto com uma aparência muito feia.

Quero destacar um exemplo que vi em um site. Vejam:

A pessoa escreveu a palavra destacada com inicial maiúscula sem necessidade, pois não vejo destaque algum.

Agora, vejam o que um bom conhecimento faz quando nos deparamos com isto:
Para as pessoas não "antenadas" com o mundo futebolístico, Mexicano é apelido de um ex-atleta que jogou no Palmeiras. Nesse caso, o uso foi correto, pois alcunhas (apelidos) se iniciam com caixa alta. Já os gentílicos (adjetivo que designa povo ou nação) brasileiros são iniciados com letras minúsculas (caixa baixa),  ao contrário dos EUA, onde esses adjetivos são iniciados com caixa alta: American, Brazilian etc.

Mesmo assim, houve um erro de regência verbal. O verbo “assistir”, nessa oração, significa “acompanhar visualmente”; nesse caso, o verbo é transitivo indireto e rege a preposição “a”: assistindo a muito futebol.